07/02/2025

Brenno Placido entre a sombra do pai e de Caravaggio


Brenno Plácido, ator de A Sombra de Caravaggio e A Bela que Dorme (Crédito: Divulgação)

“Ele era com um astro do rock do seu tempo”. Assim define Caravaggio o ator Brenno Placido, que no filme A Sombra de Caravaggio interpreta Ranuccio Tomassoni, um rival a quem o pintor matou, sendo, por isso, sentenciado à pena de morte. O protagonista é interpretado por Riccardo Scamarcio, a quem Placido define com “uma atitude rock n’ roll” para fazer o papel.

O longa é dirigido por Michele Placido, pai de Brenno, e que também atua, como o cardeal Del Monte, que foi mecenas de Caravaggio. Em São Paulo para a abertura do 18º Festival de Cinema Italiano no Brasil, Brenno conta que não teve nenhuma vantagem por ser filho do diretor. “Pelo contrário, parecia que havia uma pressão maior, que eu precisava provar que estava ali por meu trabalho, não por nepotismo “, explicou em entrevista ao Cineweb.

Brenno, de 32 anos, começou sua carreira em 2005, também num filme do pai, Ligações Criminosas. Desde então, trabalhou com diversos cineastas – entre eles, Marco Bellocchio, em A Bela Que Dorme, no qual interpretou o filho de Isabelle Huppert. Novamente, em A Sombra de Caravaggio, ele divide os créditos com a atriz francesa, embora não contracenem. No filme, ela interpreta a marquesa Costanza Colonna, esposa do pintor.

“É uma honra muito grande poder vê-la em cena. Eu aprendi e aprendo muito com meus colegas. Gosto de prestar atenção em como trabalham, e o nível de concentração dela é impressionante. Minha função ali, ao lado dela, é não atrapalhar, é dar o meu melhor para que a cena seja ótima para todos”, comenta.


Brenno conta que o filme é um antigo projeto de seu pai, que por anos trabalhou nele, até que começou a rodar durante a pandemia. “Todo dia todos tinham de fazer teste. Se tivesse algum caso de Covid, o set tinha de ser fechado. Foi um processo muito trabalhoso, mas em momento algum meu pai cogitou desistir. E, imagina, um homem de quase 80 anos comandando um set de um filme de época, cheio de figurantes e técnicos. É um grande feito dele, tenho muito orgulho.”

A Sombra de Caravaggio concentra-se na investigação da Igreja Católica para o Papa decidir se perdoa o pintor pelo assassinato de Ranuccio. “Eu gosto como o filme coloca o pintor entre a luz e a sombra. Ele não é uma figura totalmente boa ou totalmente má, há nuances. Ele é muito admirado na Itália, no mundo todo, mas não era um santo, e o filme não o coloca como um herói. Ele é muito humano mesmo”.

A Sombra de Caravaggio faz parte da seleção do 18º Festival de Cinema Italiano no Brasil, que começa nessa quarta (08/11). Será exibido no cinema e também estará disponível para streaming gratuito na plataforma do festival. Mais informações clique aqui.