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No final, foi um Oscar bem distributivo e sem surpresas. Dividiu-se o prêmio de melhor filme para um lado (Green Book, foto), de direção para outro (Roma), mas os dois filmes favoritos do páreo empataram com três estatuetas cada um. O musical Bohemian Rhapsody ficou com quatro, mas de fora das duas categorias principais: seu maior troféu foi o de melhor ator para Rami Malek, bola cantadíssima em todas as prévias de premiação, especialmente porque ele ganhou no Sindicato dos Atores, entre outras.
Ganhador do prêmio no Sindicato dos Produtores, Green Book era outra aposta praticamente certa na categoria melhor filme. Levou também roteiro original e ator coadjuvante, o segundo da carreira de Mahershala Ali (premiado por Moonlight em 2017). Roma, por sua vez, ficou com melhor direção (segundo prêmio também para Cuarón, já premiado por Gravidade), melhor filme estrangeiro e fotografia (de Cuarón também). Nada mau para um filme em branco e preto e falado em espanhol que recorreu, para distribuição, à Netflix.
Pantera Negra empatou também na vitória de três estatuetas, somente em categorias técnicas, levando figurino (para a veterana Ruth Carter, primeira mulher negra a vencer na categoria), direção de arte (vitória igualmente pioneira para outra mulher negra, Hannah Breachler) e trilha sonora original (para Ludwig Goransson).
Já Bohemian Rhapsody, além do Oscar de ator para Malek, levou três em categorias técnicas: edição de som, mixagem de som e montagem.
Vários outros filmes ficaram com um Oscar solitário cada um: A Favorita (melhor atriz para Olivia Colman, derrotando a favorita Glenn Close); Se a Rua Beale Falasse (levando o muito esperado prêmio de atriz coadjuvante para Regina King); maquiagem e cabelo (Vice); efeitos visuais (O primeiro homem); canção original (Shallow, de Nasce uma Estrela); e Infiltrado na Klan, o vigoroso filme de Spike Lee, que levou o prêmio de roteiro adaptado (concorria também ao de diretor que, incrivelmente, foi a primeira indicação de Lee).
O melhor documentário em longa foi Free Solo, de Jimmy Chin e Elizabeth Chai Vasarhelyi; o melhor curta documental, Absorvendo o tabu, de Rayka Zehtabchi. Melhor longa de animação, a barbada Homem-aranha no aranhaverso, de Bob Persichetti, Peter Ramsey e Rodney Rothman, e melhor curta de animação, Bao, da diretora Domee Shi. O melhor curta live action foi Skin, de John Warhurst e Nina Hartstone.
Mesmo sem apresentador, a cerimônia, recheada de astros que foram entregar os prêmios, durou as costumeiras três horas e meia, até porque os agradecimentos dos premiados foram generosamente tolerados. Na seção de homenagem aos profissionais que morreram, foi lembrado o diretor brasileiro Nelson Pereira dos Santos. Em compensação, esqueceram de mencionar Stanley Donen, o diretor do clássico Cantando na Chuva. Foi o grande fora da noite. Imperdoável.