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Oscar consagra "Nomadland"
- Por Neusa Barbosa
- 25/04/2021
- Tempo de leitura 4 minutos

O filme, que teve sua estreia em abril adiada pela pandemia, continua inédito no circuito de cinema e streaming no Brasil.
Frances havia vencido antes como melhor atriz em Fargo e Três anúncios para um crime e assim iguala o número de estatuetas de um seleto grupo de atores triplamente premiados, como Meryl Streep, Jack Nicholson, Daniel Day-Lewis, Ingrid Bergman e Walter Brennan, embora a campeã absoluta continue sendo Katharine Hepburn, com quatro, todos de melhor atriz (Meryl, na verdade, tem só um como atriz principal e dois como coadjuvante). Frances, afinal, conquistou um quarto Oscar, mas por ser produtora de Nomadland, vencedor como melhor filme.
No mais, a premiação 2021 distribuiu bem seus prêmios, concedendo dois para diversos filmes (Meu Pai,
A Voz Suprema do Blues,
Soul,
Mank
- que havia sido campeão de indicações, com 10 -
Judas e o Messias Negro
e
O Som do Silêncio, marcando um equilíbrio e também uma atenção especial na diversidade, o que pode ser um sinal de que uma ampliação qualificada do corpo de votantes esteja dando resultados. Observa-se, por exemplo, que, dos quatro atores premiados, quatro são estrangeiros,
um inglês (Daniel Kaluuya), um galês (Anthony Hopkins) e uma sul-coreana (Yuh-Jung Youn, primeira vez na história, embora não a
primeira asiática); um deles é negro (Kaluuya), outra, asiática (Youn);
e não se temeu premiar atores mais velhos – Frances tem 63 anos, Yuh-Jung, 73 e Hopkins, 83.
A Voz Suprema do Blues,
Soul,
Mank
- que havia sido campeão de indicações, com 10 -
Judas e o Messias Negro
e
O Som do Silêncio, marcando um equilíbrio e também uma atenção especial na diversidade, o que pode ser um sinal de que uma ampliação qualificada do corpo de votantes esteja dando resultados. Observa-se, por exemplo, que, dos quatro atores premiados, quatro são estrangeiros,
um inglês (Daniel Kaluuya), um galês (Anthony Hopkins) e uma sul-coreana (Yuh-Jung Youn, primeira vez na história, embora não a
primeira asiática); um deles é negro (Kaluuya), outra, asiática (Youn);
e não se temeu premiar atores mais velhos – Frances tem 63 anos, Yuh-Jung, 73 e Hopkins, 83.
Das surpresas, talvez a maior foi a não-premiação póstuma para Chadwick Boseman como melhor ator, que acabou ficando para o octogenário Anthony Hopkins, vencendo uma estatueta 20 anos depois de
O Silêncio dos Inocentes.
O Silêncio dos Inocentes.
Além da vistosa premiação para a diretora Chloé Zhao que, aos 39 anos e no terceiro longa (antes, assinou Songs my brothers taught me e Domando o Destino, disponíveis no streaming), ganha um poderoso estímulo à sua carreira, as mulheres também marcaram presença em outras estatuetas. A de roteiro original ficou para Emerald Fennell, por Bela Vingança, também ainda inédito);
o de figurino, para Ann Roth (A Voz Suprema do Blues); as duas compositoras da letra da vencedora canção original, Fight for You, H.E.R. e Tiara Thomas (compartilhando a música com D’Mile); a codireção do documentário em longa Professor Polvo, de Pippa Ehrlich e James Reed; duas das três integrantes do time vencedor de Cabelo e Maquiagem pelo filme A Voz Suprema do Blues, pela primeira vez duas mulheres negras, Mia Neal e Jamika Wilson, ao lado do latino Sergio López Rivera.
o de figurino, para Ann Roth (A Voz Suprema do Blues); as duas compositoras da letra da vencedora canção original, Fight for You, H.E.R. e Tiara Thomas (compartilhando a música com D’Mile); a codireção do documentário em longa Professor Polvo, de Pippa Ehrlich e James Reed; duas das três integrantes do time vencedor de Cabelo e Maquiagem pelo filme A Voz Suprema do Blues, pela primeira vez duas mulheres negras, Mia Neal e Jamika Wilson, ao lado do latino Sergio López Rivera.
Abaixo, a premiação completa desta edilção:
Melhor filme: Nomadiland
Melhor direção: Chloé Zhao (Nomadland)
Melhor atriz: Frances McDormand (Nomadland)
Melhor ator: Anthony Hopkins (Meu Pai)
Melhor ator coadjuvante: Daniel Kaluuya (Judas e o Messias Negro)
Melhor atriz coadjuvante: Yuh-Jung Youn (Minari – em busca da felicidade)
Melhor roteiro adaptado: Meu Pai (Christopher Hampton e Florian Zeller)
Melhor roteiro original: Bela Vingança (Emerald Fennell)
Melhor filme internacional: Druk – Mais uma rodada, de Thomas Vinterberg (Dinamarca)
Melhor cabelo e maquiagem: A Voz Suprema do Blues (Mia Neal, Jamika Wilson e Sergio López Rivera)
Melhor figurino: A Voz Suprema do Blues (Ann Roth)
Melhor som: O som do silêncio
Melhor curta live action: Dois estranhos, de Travon Free e Martin Desmond Roe
Melhor curta de animação: Se algo acontecer... te amo, de Will McCormack e Michael Govier
Melhor curta documentário: Colette, de Anthony Giacchino
Melhor animação: Soul, de Pete Docter
Melhor documentário: Professor Polvo, de Pippa Ehrlich e James Reed
Melhores efeitos visuais: Tenet
Melhor desenho de produção: Mank
Melhor fotografia: Mank
Melhor montagem: O som do silêncio
Melhor trilha original: Soul
Melhor canção original: Fifght for You (Judas e o Messias Negro)
Oscar honorário: Tyler Perry
(Texto atualizado em 26/4/2021, às 10h59)
Imagem: Chris Pizzello-Pool/Getty Images