Elisa Lucinda protagoniza noite emocionante no Festival de Vitória
- Por Neusa Barbosa, de Vitória
- 22/09/2023
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Vitória - A noite de quinta (21/9) foi toda da atriz e poeta Elisa Lucinda. Receptora de uma das homenagens da 30a edição do festival, ela ocupou o palco do Sesc Glória com direito a longa fala emocionada, recordando sua trajetória desde Cariacica, sua terra natal, e chamando para junto de si sua antiga professora Maria Filina - que, com 94 anos, declamou poesias com admirável performance, assim como Elisa.
Elisa Lucinda lê texto que escreveu para a noite de sua homenagem Crédito: Neusa Barbosa
Logo de início, a atriz subiu ao palco, curvou-se e beijou o chão - ato que repetiu ao encerrar sua apresentação -, declamou e cantou. Como uma verdadeira artista plural que é, numa carreira que, no cinema, deu-lhe um Kikito de melhor coadjuvante em Gramado 2020, pelo filme Por que você não Chora?, de Cibele Amaral, além da participação em Papai é Pop (2021), de Caíto Ortiz, na produção internacional O Testamento do senhor Nepomuceno, de Francisco Manso (1997), na novela Vai na Fé e no curta Alfazema (2019), de Sabrina Fidalgo - em que Elisa interpretava ninguém menos do que Deus.
Nessa noite que foi de celebração da cultura capixaba e também da negritude e da diversidade, entrou na mesma vibração a apresentação de equipe técnica e elenco do curta local Remendo, de Roger Ghil - em que cada um dos integrantes falou, sendo aplaudidíssimos por uma platéia que ressoava cada fala. Uma verdadeira catarse, completada pela exibição do curta Mãri-Hi – A Árvore do Sonho, de Morzaniel Iramari, que traduz em imagens aspectos da cultura e do modo de vida yanomami, contando com a participação do líder Davi Kopenawa Yanomami.
Equipes dos curtas "Mari-Hi" e "Remendo", no debate Crédito: Neusa Barbosa
Outro curta, o paraibano Cósmica, de Ana Bárbara Ramos, exercita, a partir do suporte em super-8, um exercício em torno da figura de uma criança, que se torna portadora de uma reflexão sobre a emergência ambiental do planeta. O último curta da noite, Teatro de Máscaras, de Eduardo Ades (RJ), constrói em torno de sua protagonista, Sara (Vera Holtz), um relato sobre a tentativa desta mulher de reter sua memória a partir de fragmentos de peças teatrais a que assistiu. Vera, como sempre, é uma presença magnética e apaixonante.
Adiamento
Houve uma frustração, porém, na não-apresentação do longa concorrente da noite, a produção catarinense Porto Príncipe, de Maria Emília Azevedo, por um problema técnico. Por conta disso, a exibição do longa foi transferida para esta sexta (22/9), às 17h. Grande vencedor do recente Cine PE, o filme acompanha as contradições do relacionamento entre uma senhora de origem alemã, Bertha (Selma Egrei), moradora de uma chácara, que contrata para ajudá-la um imigrante haitiano, Bastide (Diderot Senat).
Nesta última noite competitiva do festival, haverá outra homenagem, aos 25 anos do Canal Brasil, e a derradeira exibição de curtas e do longa concorrente, Jovem que desceu do norte, de Ana Teixeira (SP). Os prêmios desta edição serão entregues na noite deste sábado (23).