07/11/2024

Gramado consagra "Mussum - o Filmis", de Silvio Guindane


Gramado - Decididamente, o Festival de Gramado dá sorte a Silvio Guindane. Em 1996, ainda um garoto estreante de 13 anos, ele levou o prêmio Especial do Júri por sua atuação no drama Como Nascem os Anjos, de Murilo Salles. Vinte e sete anos depois, Guindane foi o grande vencedor do festival, conquistando 6 kikitos, inclusive o de melhor filme, pela cinebiografia Mussum - o Filmis, que marca sua estreia como diretor.


Vera Holtz recebe o prêmio de Melhor Atriz, por “Tia Virgínia” e Aílton Graça recebe o prêmio de Melhor Ator por "Mussum, o filmis" Foto: Edison Vara/Agência Pressphoto/Divulgação

Vencedor do troféu de melhor ator, Aílton Graça dá vida ao popular sambista e comediante Mussum, aliás, Antônio Carlos Bernardes Gomes, resgatando na tela o desafio de cantar e realizar esquetes cômicas com a fidelidade e a humanidade que o personagem requer. O filme, que venceu também os kikitos de atriz coadjuvante (Neusa Borges), ator coadjuvante (Yuri Marçal), melhor filme para o júri popular, trilha musical (Max de Castro) e menção honrosa para Martin Macias Trujillo, chega aos cinemas em novembro.

Famílias e mulheres
O drama Mais Pesado é o Céu, de Petrus Cariry, venceu outros quatro prêmios: direção, fotografia, montagem e o Especial do Júri para a Ana Luiza Rios, que interpreta Tereza, uma mulher que adota um bebê abandonado e forma, ao lado de outro homem perdido nas estradas, Antônio (Matheus Nachtergaele), um arremedo de família no contexto de um país devastado pela pobreza e a crueldade. A previsão de estreia é no primeiro semestre de 2024.

Tia Virgínia, de Fábio Meira (SP), por sua vez, levou 5 kikitos, inclusive o de melhor atriz para Vera Holtz, uma das premiações mais esperadas desde o início do festival. O filme, que retrata os conflitos de três irmãs (Vera, Louise Cardoso e Arlete Salles) num dia de Natal, ficou também com os kikitos de roteiro, direção de arte, desenho de som, melhor filme para o júri da crítica e uma menção honrosa para a atriz Vera Valdez - que interpreta mudamente a mãe das irmãs, que sofre de Alzheimer.

Os outros concorrentes Ângela, de Hugo Prata, Uma Família Feliz, de José Eduardo Belmonte e O Barulho da Noite, de Eva Pereira, não obtiveram nenhum prêmio.

O melhor documentário também veio de São Paulo: Anhangabaú, de Lufe Bollini, retratando mobilizações diversas em torno de disputas de territórios na capital paulista.

Abaixo, a premiação completa do festival:

Longas-metragens Brasileiros
Melhor Filme: “Mussum, O Filmis”, de Silvio Guindane
Melhor direção: Petrus Cariry, por “Mais Pesado é o Céu”
Melhor ator: Aílton Graça, por
“Mussum, O Filmis”
Melhor atriz: Vera Holtz, por “Tia Virgínia”
Melhor Roteiro: Fábio Meira, por “Tia Virgínia”
Melhor Fotografia: Petrus Cariry, por “Mais Pesado é o Céu”
Melhor Montagem: Firmino Holanda e Petrus Cariry, por “Mais Pesado é o Céu”
Melhor Trilha Musical: Max de Castro, por “Mussum, O Filmis”
Melhor Direção de Arte: Ana Mara Abreu, por “Tia Virgínia”
Melhor Atriz Coadjuvante: Neusa Borges, por “Mussum, O Filmis”
Melhor Ator Coadjuvante: Yuri Marçal, “Mussum, O Filmis”
Melhor Desenho de Som: Rubem Valdés, por “Tia Virgínia”
Prêmio especial do júri: Ana Luiza Rios de “Mais Pesado é o Céu”
Menção Honrosa: Vera Valdez, por “Tia Virgínia”
Menção Honrosa: Martin Macias Trujillo, por “Mussum, O Filmis”
Júri da Crítica: “Tia Vírginia”, de Fábio Meira
Júri Popular: “Mussum, O Filmis”, de Silvio Guindane

Prêmio SEDAC/IECINE de Longas-metragens Gaúchos

Melhor filme: “Hamlet”, de Zeca Brito
Melhor direção: Zeca Brito, por “Hamlet”
Melhor ator: Fredericco Restori, por “Hamlet”
Melhor atriz: Carol Martins, por “O Acidente”
Melhor roteiro: Marcelo Ilha Bordin e Bruno Carboni, de “O Acidente”
Melhor fotografia: Bruno Polidoro, Joba Migliorin, Lívia Pasqual e Zeca Brito, por “Hamlet”
Melhor direção de arte: Richard Tavares, de “O Acidente”
Melhor montagem: Jardel Machado Hermes, de “Hamlet”
Melhor Desenho de Som: Kiko Ferraz, Ricardo Costa e Cristian Vaz, por “Céu Aberto”
Melhor trilha Musical: Rita Zart e Bruno Mad, por “Céu Aberto”
Júri Popular: “Sobreviventes do Pampa”, de Rogério Rodrigues

Longas-metragens Documentais
Melhor Filme: “Anhangabaú”, de Lufe Bollini

Curtas-metragens Brasileiros
Melhor Desenho de Som: Kiko Ferraz, por “Sabão Líquido”
Melhor Trilha Musical: Mano Teko e Aquahertz, por “Yãmî-Yah-Pá”
Melhor Direção de Arte: Felipe Spooka e Jacksciene Guedes, por “Casa de Bonecas”
Melhor Montagem: Luiza Garcia, por “Camaco”
Melhor Roteiro: Fabiano Barros e Rafael Rogante, por “Ela Mora Logo Ali”
Melhor Fotografia: Morzanel Iramari, por “Mãri-Hi – A árvore do Sonho”
Melhor Atriz: Agrael de Jesus, por “Ela Mora Logo Ali”
Melhor Ator: Phillipe Coutinho, por “Sabão Líquido”
Prêmio Especial do Júri: “Mãri-Hi – A Árvore do Sonho”
Menção Honrosa: “Cama Vazia”, de Fábio Rogério e Jean-Claude Bernardet
Melhor Curta Júri da Crítica: “Camaco”, de Breno Alvarenga
Melhor Filme pelo Júri Popular:
“Ela Mora Logo Ali’, de Fabiano Barros e Rafael Rogante
Melhor Direção: Mariana Jaspe, por “Deixa”
Melhor Filme: “Remendo”, de Roger Ghil
Prêmio Canal Brasil de Curtas: “Yãmî-Yah-Pá”, de Vladimir Seixas

Mostra de Filmes Universitários
Melhor filme: Cabocolino, de João Marcelo