Por toda esta guinada, a produção foi cercada de boatos negativos que chegaram ao máximo depois que um trágico acidente de avião matou a estrela do filme, a cantora Aaliyah, em agosto de 2001 - o que motivou que seu irmão tivesse que gravar alguns diálogos para substituir a voz dela em alguns trechos na pós-produção.
Entretanto, a estréia americana serviu para dissipar as principais angústias dos produtores. Na bilheteria dos EUA, o filme não fez feio, acumulando cerca de US$ 30 milhões em pouco mais de dois meses de exibição. O irlandês Stuart Towsend parece ter dado conta de segurar o encanto maligno do vampiro Lestat, aqui acordando depois de um autoconcedido sono de um século.
Nesse futuro distante, Lestat descobre-se num mundo que é a sua cara, povoado por pessoas sombrias e clubes góticos. Daí para tornar-se um astro pop é um passe de mágica. Esse ambiente é tão a sua cara que ninguém nem se abala quando ele resolve abrir o jogo e revelar que é um vampiro de verdade - fica parecendo, como pareceria hoje, aliás, que tudo não passa de uma jogada de marketing. O único que sabe que a coisa toda não é brincadeira é o assistente pessoal do vampiro, encarregado de arranjar vítimas jovens e frescas para saciar a sede de sangue do patrão.
Mas Lestat não encontra apenas tietes e subordinados amedrontados: terá parceiros à altura. Sua presença desperta também outra sinistra adormecida, Akasha (Aaliyah), vampira de 4 mil anos que já fora rainha do Egito. Uma pesquisadora paranormal, Jesse (Marguerite Moreau), desvenda o passado do rapaz lendo seu diário, onde descobre os sinais de Marius (o francês Vincent Perez), responsável pelo treinamento de Lestat no vampirismo. E tudo conduz para um grand finale regado por todo o sangue e todos os excessos que uma reunião de vampiros é capaz de conjurar.
Cineweb-10/5/2002