Desnecessário e redundante quando de seu lançamento original em 1999, a reestreia em 3D de Star Wars: Episódio I – A Ameaça Fantasma é prova de que o filme é obsoleto. Não existe razão para colocar novamente o filme nos cinemas que não a lógica capitalista de George Lucas, que há três décadas e meia faz exatamente o mesmo filme – ao menos, até 2005 ele se dava ao trabalho de fazer um produto ‘novo’ que repetia tudo o que tinha feito até então, mas, agora, nem isso. A única coisa realmente em 3D na nessa projeção são as legendas – fora isso, é o velho longa, que nem foi tão bem recebido na época de seu lançamento e sequer resiste a revisionismos.
O filme que conta como a rainha Amidala conheceu o jovem Anakin Skywalker é relançado em 3D. Enquanto isso, um par de Jedis tentam impedir um conflito que pode destruir o planeta Naboo.
- Por Alysson Oliveira
- 08/02/2012
- Tempo de leitura 2 minutos
Fora os fãs mais ardorosos e aqueles que eram jovens demais para vê-lo no cinema em 1999, A ameaça fantasma não justifica uma nova ida ao cinema – ou mesmo uma primeira ida, no caso daqueles que não conhecem o filme. A história, como quase tudo escrito por Lucas, carece de conflitos e personagens mais bem delineados que fujam da dicotomia bons e maus. O diretor parece nunca se dar conta de que existem tons de cinza entre o preto e o branco. E, desde o começo, deixa-se claro – de formas pouco sutis – que o jovem Anakin (Jake Lloyd, que cresceu e sumiu do cinema) não é do bem. Surpresa, surpresa, ele será Darth Vader, alguns filmes mais tarde.
Os personagens humanos servem como mera desculpa para a criação de bonequinhos que serão vendidos a preços exorbitantes. Lucas, que nunca foi bom diretor de atores, desperdiça intérpretes do porte de Natalie Portman, Liam Neeson e Ewan McGregor – que precisam se contentar com personagens insossos, desprovidos de qualquer nuance ou contorno mais definido.
Ameaça Fantasma, de certa forma, é um retrocesso no cinema de Lucas, em mais de um sentido. Primeiro porque ele volta no tempo narrativo para contar uma história que acontece antes da trilogia lançada entre 1977 e 1983 (mais tarde conhecidos como episódios IV, V e VI). O que era pura diversão sem muito vestígio de massa cinzenta e movido a altas doses de pipoca, aqui é elevado a uma categoria de arte suprema. Verdade seja dita, isso parte mais da comunidade fanática por Star Wars (num mundo pré-globalização conhecido como Guerra nas estrelas) do que do próprio diretor.