Uma pergunta que cruza a mente de qualquer um nos infindáveis e insuportáveis 96 minutos de Brincando com fogo: para quem é esse filme? Talvez o diretor Andy Fickman tenha feito Brincando com Fogo para o púbico infantil, mas é impossível que crianças e adultos não sintam sua inteligência ofendida com tal material.
O roteiro, assinado por Dan Ewen e Matt Lieberman, assume que qualquer espectador ou espectadora é incapaz de conectar cenas e acompanhar uma narrativa, então eles transformam o filme numa série de gags pouco engraçadas ou escatológicas, envolvendo um trio de crianças e outro de bombeiros-paraquedistas.
O ex-lutador John Cena segue o caminho de antigos fortões, como Arnold Schwarzenegger e Vin Diesel, que aturam em comédia com crianças – Um tira no jardim de infância e Operação Babá, respectivamente – e interpreta um sujeito durão, sem senso de humor, cujo coração irá amolecer com as três crianças (Brianna Hildebrand, Christian Convery e Finley Rose Slater) das quais é obrigado a tomar conta depois de um resgate.
A John Leguizamo e Keegan-Michael Key cabe a ingrata tarefa de fazer rir num filme cujo sentido de humor é questionável. Eles são esforçados, mas não há talento que supere a falta de bom senso e as fezes voadoras que estão em cena. A Judy Greer cabe uma tarefa ainda mais ingrata: a de ser uma pesquisadora especializada em sapos e interesse romântico do protagonista.