16/02/2025
Documentário

Os 8 magníficos

Quatro atores e quatro atrizes se reúnem para passar uma tarde falando sobre a profissão. Nas conversas, vêm à tona temas como processos de criação, o papel dos atores e atrizes atualmente e a relação com os colegas de trabalho.

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Os 8 magníficos, último filme ainda inédito de Domingos Oliveira, que morreu em março de 2019, raramente consegue elevar-se além de uma ação entre amigos. A priori, isso não seria um grande problema, se o documentário conseguisse superar os egos inflados. Por isso, talvez sirva mais como um sintoma da profissão de ator e atriz do que um retrato sobre o métier. Finalizado em 2017, apenas três anos depois o filme chega aos cinemas.
 
A ideia partiu de Maria Ribeiro, que assina como produtora e anfitriã, reunindo sete amigos e amigas em sua casa para falarem sobre a profissão. Além dela, em cena, todos vestidos e vestidas de preto (?), estão Fernanda Torres, Wagner Moura, Carolina Dieckman, Matheus Solano, Alexandre Nero, Sophie Charlotte e Eduardo Moscovis. Conforme explicam letreiros iniciais, haveria um roteiro, mas a ideia foi deixada de lado. Com duas câmeras, a trupe foi filmada durante uma tarde.
 
A abertura também esclarece, ou melhor, avisa, que é “um documentário feito exclusivamente para quem gosta de atores e se interessa por seu processo interno.” As conversas são sempre num tom de amizade e piadas internas. Há bons momentos, por conta de intérpretes experientes como Fernanda Torres e Wagner Moura. Os demais contam algumas anedotas sobre a profissão e a carreira, mas nada muito elucidativo. Carolina Dieckman praticamente não diz nada, Maria Ribeiro parece fazer mais as funções de hostess do que atriz. Tudo isso embalado numa estética que parece pronta para ir ao ar em algum programa do canal GNT.
 
Com um título inspirado no de um western, Os 8 Magníficos é uma tentativa repleta de boas intenções de desnudar o ofício, mas a falta de método desmonta o filme. É muito falatório auto-adulativo ou incitando elogios por parte dos e das colegas, tornando o resultado quase vazio de interesse para o público, que precisa aguentar depoimentos como de uma das atrizes se declarando burra, embora esclareça sentir-se inteligente, na esperança de que alguém na sala a contrarie.
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