Obviamente, Mel Gibson não seria um Papai Noel tradicional em um filme, e Entre armas e brinquedos também não é um filme tradicional de Natal – embora seja um longa na tradição do ator, com muito tiro e perseguição. Ele interpreta Chris, que não tem agradado seu empregador, o governo dos EUA, porque tem deixado um carvão, e não presentes, debaixo das árvores de crianças mal-educadas.
As coisas não vão nada bem e Chris cogita até militarizar sua porção do Polo Norte, onde vive com sua mulher (Marianne Jean-Baptiste) e os duendes, cujas habilidades seriam úteis para a produção de armamentos. Enquanto isso, o pequeno Billy Wenan (Chance Hurstfield) é um garoto mimado e podre de rico que não aceita ter perdido o primeiro lugar numa feira de ciências para uma menina. Por isso, contrata um matador (Walton Goggins) para sequestrar e torturar a garota e assim forçá-la a declinar de seu prêmio, dizendo que foi ajudada pelos pais.
Naturalmente, Billy ganha um carvão no Natal e, possesso, procura novamente o matador para liquidar o Papai Noel. Curiosamente, o homem também tem ódio do Bom Velhinho, pois, quando criança, nunca ganhou os presentes que desejava. Por isso, matar o Papai Noel também era um plano dele.
Escrito e dirigido pelos irmãos Eshom e Ian Nelms, Entre armas e brinquedos funciona eventualmente quando cai na comédia de absurdos. Mas isso não dura muito num filme em que o maior interesse é fazer sangue jorrar e numa criança com sérios problema emocionais, cuja justificativa é a ausência do pai. No final, é nada mais do que um veículo para Gibson destilar seu gosto por palavrões e piadas de gosto duvidoso.