Quem esperou com ansiedade pelo lançamento do filme Alien vs. Predador já tem uma certa noção sobre o que assistirá em seguida. E não adianta sustentar uma crítica com base nas performances dos atores, ou mesmo nos diálogos, porque em toda essa história eles são apenas detalhes sem importância dentro da trama. Tudo o que interessa é o festival de efeitos especiais, a grossa camada de violência e toda a destruição que os ícones do terror intergalático possam protagonizar. E assim, independente de quem vença ou de quem seja subjugado, é o prazer da batalha que move toda a ansiedade sobre a produção. Baseada nos quadrinhos publicados no final da década de 90, a trama mostra uma caçada ritual. Tudo muito simples. A nação dos predadores vem a cada 100 anos a Terra para caçar aliens em uma pirâmide enterrada sob o gelo antártico. No local encontra-se congelada uma rainha-mãe dos aliens, que é despertada a cada vinda dos predadores. Reúnem-se humanos, para incubar os fetos produzidos pela rainha, um tanto aleatoriamente. E, finalmente, os predadores chegam para caçar os bichanos adultos. Se tudo pareceu um tanto absurdo, isso é só o começo. Pela história apresentada, devemos aos predadores todos os nossos conhecimentos científicos. Arquitetura, matemática, astrologia, perspectiva. Tudo vem do céu, ao melhor estilo Eram os Deuses Astronautas. Incômodo maior vem da impressão que os personagens humanos estão em um grande piquenique no extremo sul do planeta, sempre despreocupados e com pouca roupa. Enfim, nada é muito sério em toda essa história. Mesmo a idéia de os predadores caçarem os mais temidos aliens, como um rito de passagem, é mal apresentada. E não por falta de explicações, dadas à exaustão pelos personagens secundários. Mas elas realmente indicam o óbvio, deixando de lado o mais importante: quem são os monstros se digladiando na frente deles!Mas como tudo isso não é importante para os espectadores fãs dos extra-terrestres, sobra mesmo o duelo entre eles. E é aí que se encontra o maior problema da produção. Raras e curtas, essas passagens zombam dos mais aficionados. Afinal, por que fazer um filme a respeito de um duelo que mal acontece! Com uma série de problemas, entre eles o de trair a proposta do filme, Alien vs. Predador decepciona. Parte da responsabilidade recai no pouco esforço de Dan O'Bannon e Ronald Shusett, os roteiristas que participaram de toda a série Alien - as quatro seqüências -, em escrever um esquálido roteiro, repleto de brechas. Outra parte é do diretor Paul W.S. Anderson, de Resident Evil (2002), que ainda não consegue sair dos convencionalismos do gênero de ação. Isto é, o acúmulo sucessivo de erros humanos torna os extra-terrestres piores do que já são.