Inspirado numa idéia proposta pelo casal de artistas visuais e quadrinistas Patrice e Céline Garcia, sobre um menino que visita o mundo mágico dos elfos, Besson passou a escrever livros que venderam mais de um milhão de exemplares na França. Baseando-se num destes livros, criou com Céline a história de Arthur e os Minimoys, uma mistura de filme e desenho animado.
Trata-se do primeiro filme de Besson usando animação, o que exigiu que convocasse um especialista em computação gráfica, Pierre Buffin - que trabalhou nessa área em filmes como “A Cidade das Crianças Perdidas, de Marc Caro e Jean-Pierre Jeunet, e na ação histórica Alexandre, de Oliver Stone.
Foi Buffin quem coordenou o trabalho de uma equipe de aproximadamente 200 pessoas, entre técnicos e designers, que por três anos (entre 2002 e 2005) desenvolveram o visual do mundo fantástico dos elfos. Este estágio foi realizado num estúdio em Pantin, nos arredores de Paris, dando origem a um novo pólo de criação fora dos EUA, criando concorrência para estúdios peso-pesados no ramo, como Disney, Pixar e DreamWorks. A produção de Arthur e os Minimoys levou, no total, sete anos, entre a primeira idéia, em 1999, e a finalização, em 2006.
O visual que resultou deste esforço, se não se pode dizer que seja original – afinal, paga seu tributo a inúmeros filmes de fantasia ou animação, como Star Wars, FormiguinhaZ e Os Caçadores da Arca Perdida, entre outros – com certeza é caprichado na técnica e no acabamento em 3 D, na parte de animação. Na parte do filme live action, fica um toque nostálgico, a partir de uma casa que tem um ar anos 40/50.
A história começa com o menino Arthur (Freddie Highmore, de Em Busca da Terra do Nunca), de 10 anos. Ele mora com a avó (Mia Farrow), porque seus pais (Penny Balfour e Doug Rand) viajam muito e o deixam para trás, até mesmo no dia de seu aniversário. Um outro motivo de tristeza é que seu avô, um grande aventureiro por quem o menino tem grande admiração, está desaparecido.
Surge um problema maior porque a casa da avó está hipotecada – e ninguém sabe onde o avô escondeu um grande tesouro em rubis que poderia pagar a conta. Assim, Arthur decide que é hora de tentar decifrar as pistas deixadas pelo avô que levam à riqueza, que estaria escondida em algum lugar no terreno da própria casa.
Para conseguir o que pretende, Arthur vai contar com guerreiros africanos Masai, que aparecem no jardim e vão ajudá-lo a entrar no mundo secreto dos minimoys – pequeniníssimos elfos que são invisíveis a olho nu e vivem num reino embaixo do jardim. Mas, para fazer isso, Arthur também terá de encolher e transformar-se num minimoy.
O reino dos minimoys – onde o avô de Arthur desapareceu – está abalado pelas ameaças do temível Maltazard, que tenta tomar o poder à força. Unindo-se à princesa Selena, Arthur vai viver sua maior e mais perigosa aventura.
Visitando o Brasil para este lançamento na última semana, Luc Besson contou que supervisionou pessoalmente a dublagem em todos os 35 países em que o filme foi lançado, prestando especial atenção às vozes. Embora a dublagem brasileira seja bem-feita, é uma pena que o filme não seja lançado no Brasil também em versão legendada. Entre as vozes originais da versão em inglês, constavam Madonna, David Bowie, Snoop Dog, Robert De Niro, Harvey Keitel e Chazz Palminteri.
O sucesso de Arthur e os Minimoys nas telas francesas garantiu ao menos duas seqüências. Já estão em pré-produção Arthur et la Vengeance de Maltazard e Arthur et la Guerre entre Deux Mondes, com previsão de estréia em 2009 e 2010.<