Segundo filme do quarteto Guto Parente, Luiz Pretti, Pedro Diogenes, Ricardo Pretti, Os monstros segue no caminho que começou a ser trilhado com Estrada para Ythaca. Novamente, o filme é protagonizado pelo grupo e se transforma mais numa experiência radical dos sentidos, deixando que a narrativa aconteça no segundo plano.
A trama, no fundo, é o que menos importa nessa história de quatro amigos e seus percalços amorosos, profissionais e emocionais. É um filme de amigos, mas que consegue ir além de uma mera ação entre amigos. Exige de seu público um tanto de paciência e concentração – mas também é capaz de recompensar à altura, não apenas com belas imagens, numa fotografia assinada por Ivo Lopes Araujo e Victor de Melo.
A aparência amadora soa apenas como uma enganação – no bom sentido – para dar um ar de filme amador e trazer, assim, ainda mais intimismo. É como se o quarteto de amigos estivesse mostrando para a gente um vídeo que eles fizeram. O resultado chega a ser comovente e sopra um certo frescor muito benvindo.