Cirque du Soleil: Outros mundos não é bem um filme, está mais para um comercial de 90 minutos, que parece combinar espetáculos cafonas da Broadway com shows de gosto duvidoso de Las Vegas. O resultado é um emaranhado de extravagâncias com piruetas, barulhos e cores – amarrados por uma história à la Alice no País das Maravilhas, sobre uma moça que cai num buraco dentro de um circo convencional e vai parar num outro mundo.
Criado no Canadá em meados dos anos de 1980, o ‘circo’ já perdeu um pouco de seu status de novidade, e, a julgar pelo filme, parece funcionar em piloto automático. Em Outros Mundos, vemos um pouco de quase tudo que eles têm a oferecer, e, curiosamente, a parte final parece muito com cenas do longa “Across the universe”, não apenas porque traz trilha dos Beatles.
Produzido por James Cameron, e dirigido por Andrew Adamson, do primeiro Shrek, o longa traz cenas dos sete espetáculos do Cirque que estavam em cartaz em Las Vegas quando o longa foi rodado, o que, obviamente, faz mais parecer um catálogo do que uma obra concisa.
Para amarrar temas como Elvis e Beatles, a desculpa de história é de uma moça (Erica Linz) que entra num circo convencional, onde se encanta por um trapezista (Igor Zaripov) que após sofrer uma queda, é engolido por um buraco que se abre no chão e vai parar num mundo fantástico. A garota vai atrás dele, e em meio a seres mágicos, acrobacias, plumas e paetês procurar pelo seu novo amor.
Se, por um lado, o 3D é eficiente – Cameron como produtor foi um ponto positivo –, por outro, o uso de imagens lentas e ângulos muito próximos da ação acabam sendo frustrantes, uma vez que mais atrapalham do que ajudam na beleza do visual que pretende captar.