19/01/2025
Thriller Drama

Aposta máxima

Richie é um jovem que sempre teve sua vida envolvida com jogo e apostas e perde tudo o que tem num site. Ele vai à Costa Rica atrás do dono do site, Ivan Block, e mergulha numa enrascada mais perigosa ainda.

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Brad Furman tinha todas as fichas à sua disposição. Logo em sua primeira rodada em Hollywood, conseguiu chamar a atenção da crítica com Em Busca da Justiça (2007), produção de baixo orçamento que marcou a sua estreia na direção de longas-metragens de ficção. Na sequência, impressionou a todos e levantou o público com sua jogada em O Poder e a Lei (2011), filme que marcou o início da guinada de recentes bons trabalhos do ator Matthew McConaughey. A expectativa sobre o próximo passo do diretor era grande, mas Aposta Máxima (2013) mostra que o jogador se acomodou e preferiu não se arriscar tanto dessa vez, diferente do que evoca o título.
 
O novo filme de Brad traz o cantor e ator Justin Timberlake como Richie Furst, um homem cuja vida está cercada pelas apostas: seu pai é um jogador inveterado e malsucedido; seu emprego em Wall Street foi para o espaço quando a crise estourou, em 2008, depois das escolhas erradas do mercado financeiro norte-americano; seu plano de fazer mestrado na Universidade de Princeton só se mantém porque ele investe em um site de jogos online para os estudantes da faculdade. Quando seu esquema é descoberto e ele não tem mais dinheiro para pagar o curso, sua saída é arriscar tudo que tem jogando pôquer no maior portal do gênero.
 
Após perder tudo por causa de uma falha do sistema, Richie vai atrás do dono do site, Ivan Block (Ben Affleck), na Costa Rica. A partir daí, o jovem se envolve no mundo de dinheiro, festas, mulheres e promessas que o magnata dos jogos online oferece.
 
Por tratar de jogatinas pela internet, não se espere grandes sequências de olhares e tensão nas mesas de apostas como nos recentes 007 – Cassino Royale (2006) e Quebrando a Banca (2008). Aposta Máxima, ao contrário, é um filme com escassas cenas de jogo, virtuais ou não, e que apresenta a perspicácia, o risco e o blefe dos apostadores nas ações de seus personagens, um tanto previsíveis em comparação com outros thrillers.
 
Não há nenhuma grande aposta no roteiro do filme. A história do protagonista dividido entre o fascínio do mundo do crime e a justiça do lado da lei já é tão batida como a trama do jovem que se ilude com as promessas de sucesso de uma figura poderosa, envolve-se com a mulher do seu mestre – no caso, Rebecca Shafran, vivida por Gemma Arterton, cuja química com o personagem do Justin não é bem desenvolvida – e depois descobre os podres dele.
 
O retrato feito da Costa Rica também recai no velho chavão de que a ilegalidade e corrupção só acontecem nos “países de terceiro mundo”, ao mostrar no longa que o suborno seria um ato comum naquele país, praticado por estrangeiros, inclusive norte-americanos, e que a lei só se faz presente no território dos Estados Unidos da América.
 
Sem ter uma boa mão ao seu dispor, Furman tenta compensar falhas do roteiro com a fotografia que, no início, conta com planos que enriquecem a ideia de glamour do mundo de Ivan Block. A partir do momento em que Richie se vê cercado por todos os lados, predomina uma câmera na mão, nervosa e urgente.
A jogada mais arriscada da produção, assinada por Leonardo DiCaprio, foi a escolha dos atores, a exemplo do Justin Timberlake como protagonista. Apesar de não manter o mesmo crescimento como ator que demonstrava nos últimos trabalhos – como Curvas da Vida, ao lado de Clint Eastwood -, o popstar consegue cativar o público no papel principal.
 
Mas o destaque é a atuação de Ben Affleck, cuja interpretação do antagonista Ivan Block mostra que o ator foi uma das pessoas que mais acreditaram neste filme, que carece de ousadia.
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