A produção brasileira O Segredo Dos Diamantes é uma aventura que lembra muito a série de literatura infanto-juvenil Vaga-Lume, lançada nos anos de 1970, e que faz sucesso até hoje, tendo como clássicos O Mistério do Cinco Estrelas, Éramos Seis e Spharion. Com roteiro e L. G. Bayão e Dani Patarra, sob a direção de Helvécio Ratton (Batismo de Sangue), o filme deve encontrar seu público em pré-adolescentes e adultos nostálgicos.No Festival de Gramado, venceu o prêmio de melhor filme para o público.
Apesar de situada no nosso tempo, e com alguma bugiganga eletrônica aqui e ali, o longa poderia ambientar-se num tempo passado, numa época de mais inocência, na qual era mais fácil de acreditar num tesouro perdido.
Angelo (Matheus Abreu) está viajando com os pais (Dira Paes e Nivaldo Pedrosa), para a casa da avó no interior de Minas, quando acontece um acidente na estada. O pai fica em estado grave e precisa se transferido para a capital, onde contará com mais cuidados. Acontece que a família não tem dinheiro para isso.
Quando chega à casa da avó (Manoelita Lustosa), o garoto se lembra de uma lenda que o pai lhe contou envolvendo diamantes perdidos, cujo valor poderia salvar a vida dele. O ponto de partida é um caderno que este mantinha com o irmão, o Tio Daniel (Rodolfo Vaz), na qual fizeram anotações de uma investigação prévia quando ainda eram crianças.
Com a ajuda de sua amiga Julia (Rachel Pimentel), Angelo começa a procurar o tesouro. Antes encontra o coroinha Carlinhos (Alberto Gouvea), que conhece muito bem a cidade e ajudará na busca pelas pedras.
Como manda o gênero, há também um vilão, Silvério, interpretado por Rui Rezende, que muita gente irá lembrar como o professor que virava lobisomem na novela “Roque Santeiro”, de meados dos anos de 1980. Ele é o dono de um antiquário, que descobre os planos do trio e resolve tentar sua própria investigação para encontrar os diamantes antes deles.
Ratton tem bastante experiência com cinema infanto-juvenil – os seus A Dança dos Bonecos (1986) e Menino Maluquinho (1995) são clássicos do gênero na cinematografia nacional – e se mostra bastante confortável na direção. Mostra-se capaz de criar uma espécie de “cinema ao modo antigo”, mas sem o cheiro de mofo, com algum frescor: uma aventura de sessão da tarde.