Talvez em Hong Kong coisas como gravidade e fogo funcionem diferente. O fato é que em Arranha-Céu - Coragem sem limite esses elementos se comportam de maneira pouco convencional, graças às inexplicáveis habilidades de Dwayne Johnson (outrora conhecido como The Rock), cujo personagem, Will Sawyer, precisa salvar a vida de sua mulher (Neve Campbell) e dos filhos pequenos (McKenna Roberts e Noah Cottrell), presos no prédio mais alto do mundo, que está em chamas.
O edifício, chamado Pérola (com uma bola gigante em seu topo simbolizando seu nome), está localizado em Hong Kong, onde parte do filme foi rodada, na tentativa que garantir um bom público na China. Sawyer é um ex-agente do FBI que trocou de profissão depois de uma missão frustrada, o que lhe custou uma das pernas, mas em troca deu-lhe uma família, quando ele conheceu sua mulher na mesa de cirurgia, realizando a operação.
Agora, ele tem uma pequena empresa de segurança e foi contratado por um antigo colega (Pablo Schreiber) para fazer a vistoria e liberar a metade de cima do prédio, que ainda estava fechada. Os apartamentos serão habitados pelos mais ricos da cidade. Antes disso, o dono do edifício, Zhao (Chin Han), quer ter certeza de que todo o esquema computadorizado de segurança está em perfeita ordem.
Pouco depois da liberação, no entanto, um incêndio começa em um dos andares, próximo de onde a mulher e os filhos do protagonista estão hospedados. O fogo não foi acidental, e faz parte de um plano mirabolante para recuperar um dispositivo com arquivos comprometedores que está em posse de Zhao.
Esse é o pretexto para uma festa de ação, explosões e pulos protagonizada por The Rock. No início do incêndio, ele está fora do prédio e, como todas as saídas estão bloqueadas e ele é procurado pela polícia local, que desconfia ser ele o responsável pelo crime, Sawyer precisa escalar um grua para entrar no prédio. E isso é só o começo.
É preciso deixar do lado de fora qualquer bom senso para embarcar no filme. Sem dúvida, Johnson é um ator carismático e Arranha-céu depende demais desse fator. É preciso comprar o longa pelo preço que esse se vende. Esse é como os filmes-catástrofe, tão típicos nos anos de 1970, mas com um upgrade tecnológico. Se não se fizer perguntas sobre veracidade e afins, há bons momentos de diversão e tensão. Mas é preciso aceitar tudo e não pensar muito.
