16/09/2024
Crime Comédia

As trapaceiras

Josephine é uma golpista dotada de charme e elegância que fez de um famoso resort europeu seu ambiente de trabalho. A chegada de outra golpista australiana, Penny, coloca seus negócios em risco.

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As trapaceiras é um filme que já nasce um tanto mofado, por mais que tente se alinhar com a sensibilidade do feminismo do presente, quando uma das personagens explica à outra que consegue aplicar seus golpes porque “os homens são incapazes de imaginar que as mulheres são mais inteligentes do que eles.” É uma justificativa bem sacada, mas que não se expande no filme, que, por sua vez é um remake de Os safados, de 1988, que era um remake de Dois Farristas Irresistíveis, de 1964. Não que isso realmente seja o problema aqui, mas trocar apenas o gênero dos protagonistas parece ter sido o único esforço de atualização.
 
Primeiro longa dirigido por Chris Addison, As trapaceiras é uma comédia com potencial, ainda que explorando as mesmas velhas situações de sempre com Rebel Wilson fazendo o mesmo papel pela enésima vez. Ela sabe ser divertida – como já provou em filmes como Missão madrinha de casamento e A escolha perfeita –, mas está precisando renovar seu repertório. Anne Hathaway, como a outra golpista, se sai bem melhor.
 
Wilson é Penny, uma australiana que vive de golpes, mas já está manjada demais em sua cidade e precisa renovar o arsenal de vítimas. Por isso, resolve ir para a Europa, a um resort em Beaumont-sur-Mer, onde encontrará novos milionários. No seu caminho, no entanto, está Josephine Chesterfield (Hathaway), golpista refinada que fez desse mesmo local seu quintal, onde seduz milionários, entre outras coisas.
 
Depois de algumas complicações, Josephine aceita tomar Penny como sua aluna e ensinar-lhe tudo na arte de dar golpes. A razão de ensinar algumas coisas, porém, não fica muita clara: porque atirar facas nas vítimas ? Ao fim, elas colocam em prática um plano envolvendo fingirem ser irmãs, o que supostamente era para ser engraçado, mas não é. O filme, finalmente, só parece começar quando elas fazem uma aposta: quem arrancar 500 mil dólares primeiro de um geniozinho criador de um aplicativo ficará com o dinheiro e a cidade. A perdedora deverá se mudar.
 
Thomas (Alex Sharp) é um jovem milionário graças ao aplicativo que inventou para as pessoas xingarem umas às outras, e se torna presa fácil de Josephine e Penny. A partir daí, a trama foca na disputa delas, cada uma usando seus estratagemas, para ganhar a aposta.
 
Não é que não existam bons momentos em As trapaceiras, o problema é não serem muitos. Dado o potencial das atrizes e das situações, é difícil sair da sessão não se sentindo um pouco trapaceado. 
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