Casamento Sangrento é, digamos, o oposto de Podres de Ricos, em que contrair um matrimônio é lidar com as diferenças individuais e adquirir riqueza. Este suspense macabro – cujo título nacional genérico já entrega tudo – tem ao centro uma noiva, Grace (Samara Weaving), que descobre que a família do seu noivo, Alex (Mark O'Brien), não vai recebê-la de braços abertos, pelo contrário – estão com uma arma em cada mão, às vezes, literalmente.
Dirigido pela dupla Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett, o longa representa para classe o mesmo que Corra! representa para raça, ou seja, um crítica social sagaz e, ao mesmo tempo, um filme de gênero que brinca com suas regras em proveito próprio. Grace jamais vai ser aceita pela família podre de rica que pretende sacrificá-la na noite de núpcias, num espécie de esconde-esconde (aí a referência do título original, que é algo como “Pronto ou não aí vou eu”) pela mansão.
Grace conhece bem pouco sobre os futuros parentes, que incluem Andie MacDowell interpretando a sogra, e Henry Czerny, o sogro. Sabe apenas que todo mundo é muito rico, rico do tipo que não se mistura com ninguém que não tenha, ao menos, a mesma fortuna. Quando a noiva se dá conta do que está acontecendo, precisa fugir e se esconder – ainda em seu vestido da cerimônia –, mas conta com a ajuda de seu recente marido, que, ao fazer isso, coloca em risco a própria vida.
Bettinelli-Olpin e Gillett não têm pudores em sacrificar personagens, inclusive alguns importantes, de maneira inesperada e sangrenta. É a graça do filme que discute coisas sérias, como relação de classe, sem precisar ser sisudo.