20/09/2024
Série documental

As Protagonistas - episódio 11

A década de 2000 traz a renovação de nomes e estilos para as diretoras brasileiras. Entre os novos nomes, estão Kátia Lund, Flávia de Castro, Maria Augusta Ramos, Beatriz Segnier e muitas outras, enveredando pela ficção e pelo documentário.

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Os anos 2000 trazem uma renovação de talentos, gêneros e estilos para o cinema feminino brasileiro. As novas diretoras que vão surgindo recorrem a todas as mídias, do videoclipe ao documentário e às séries de TV.
 
Um dos nomes do período foi o de Kátia Lund. Codiretora, junto com João Moreira Salles, do premiado documentário Noticias de uma Guerra Particular (1999), um olhar original e profundo sobre a violência urbana carioca, ela passou também pelo videoclipe, associada ao músico Marcelo Yuka, produzindo O sucesso de minha alma
 
Ancorada no conhecimento e num trabalho realizado junto às comunidades cariocas, ela codirige, com Fernando Meirelles, o curta docudrama Palace II (2001), que foi um teste de linguagem para a explosão de Cidade de Deus - outro trabalho que ela codirigiu com Meirelles e conquistou quatro indicações ao Oscar.
 
No documentário surgiriam também alguns dos maiores nomes de diretoras do novo século, como Flávia de Castro e seu Diário de uma Busca (2010), em que ela investiga a dolorosa história familiar de seus pais, militantes políticos antiditadura, e termina expondo algumas camadas mal-resolvidas da história recente do país.  
 
Outro grande nome revelado do documentário nacional foi o de Maria Augusta Ramos, a partir de seu Justiça (2004) - o primeiro de uma trilogia em que ela exploraria os meandros do judiciário brasileiro em sua relação problemática com as camadas mais pobres da população.
 
Desta nova geração surgida a partir dos anos 2000, fazem parte também Juliana Rojas, Vera Egito, Maya Da-rin, Caru Alves de Souza, Renata Pinheiro, Beatriz Segnier e muitas outras diretoras que vêm conquistando consagração em diversos festivais internacionais.
 
Um marco da década é a criação da Ancine, em 2001, que rapidamente se torna a grande fomentadora e reguladora de um setor que ganha importância e visibilidade crescentes. Estima-se que o audiovisual movimente cerca de R$ 25 bilhões anuais no Brasil. Mas resta ainda a tarefa de superar as assimetrias regionais, bem como aquelas relativas a gênero e raça. 
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