16/01/2025
Espionagem Ação

As agentes 355

Disputado por criminosos, um perigoso artefato que permite interferência com todos os computadores do mundo cai nas mãos de um agente colombiano. Este se dispõe a vendê-lo para a CIA, que manda dois agentes a Paris. Quando vão fazer a troca, uma agente alemã e vários criminosos entram na parada.

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Atriz e produtora de As Agentes 355, a estrelíssima Jessica Chastain encomendou ao diretor e produtor inglês Simon Kinberg - que ela conheceu ao atuar em X-Men: Fênix Negra - um filme de ação e espionagem liderado por um elenco feminino que misturasse um pouco de James Bond, outro pouco de Missão: Impossível. A fórmula em parte funciona, apoiada no carisma do quinteto internacional de protagonistas - além de Jessica, Lupita Nyong’o, Penélope Cruz, Diane Kruger e Bingbing Fan. Elas são as cinco agentes, cada uma de uma parte do mundo, que primeiro se enfrentam, depois colaboram entre si, para retomar a posse de um perigosíssimo artefato, capaz de afetar os controles de todos os sistemas computadorizados do mundo.
 
Disputado avidamente por criminosos, o artefato cai nas mãos de um agente colombiano, Luis Rojas (Edgar Ramirez), que se dispõe a comerciá-lo por alto preço com a CIA. Aí entram em cena os agentes norte-americanos Mace Brown (Jessica) e Nick Fowler (Sebastian Stan), encarregados da troca em Paris. O encontro, porém, é do conhecimento de outras pessoas, caso da agente alemã Marie Schmidt (Diane Kruger), que se prepara para atravessar o caminho dos colegas norte-americanos. E não apenas ela.
 
Está em Paris também a psicóloga colombiana Graciela Rivera (Penélope Cruz), que conhece Rojas há tempos e se dispõe a intermediar sua volta para casa. Com um objeto tão precioso à solta, acontece a primeira situação de disputa, com tiros e perseguições. A partir daí, as emoções do filme estarão em seguir as pistas do artefato, que é visado por gangues diversas, numa história que aposta na adrenalina das lutas que estas agentes são capazes de encarar, primeiro entre si, depois com seus inimigos. O preparo físico das meninas, aliás, é invejável, deixando muitos marmanjos na lona. 
 
Numa história que inclui várias viagens, entre Londres - onde o time feminino incorpora Khadijah (Lupita Nyong’o), ex-agente MI6 especializada em computação -, Washington, Marrocos e finalmente Xangai (onde Bingbing Fan entra na história), forja-se uma sororidade difícil entre estas mulheres independentes, acostumadas a não confiar em ninguém e trazendo a tiracolo, forçadas pelas circunstâncias, a psicóloga Graciela. Esta tem a função de tempos em tempos, injetar um certo humor às situações, com seu perfil de gente comum, mãe de dois filhos que fica telefonando para eles e o marido.
 
Produtor experiente, conhecido especialmente pela franquia X-Men, Kingberg assina o roteiro com a dramaturga Theresa Rebeck, criando um filme movimentado mas eventualmente insatisfatório. Deixa-se pontas soltas a partir do título, nunca explicado - e que se refere a uma misteriosa agente norte-americana do século 18 - e também pela forma como as agentes entram e saem dos países que visitam, obtendo magicamente o que precisam, como armas e os elegantes figurinos ostentados numa festa em que vão procurar seus alvos.
 
Assim sendo, apesar de relativamente satisfatório no quesito diversão, o filme deixa escapar a chance de tornar-se mais elegante e sutil, ao não explorar devidamente o potencial de um quinteto feminino genuinamente dotado de talento e charme. Do lado masculino, em desvantagem pelo próprio espírito da história, fica evidente o erro na escalação de Sebastian Stan no mais importante papel masculino. Ele não dá conta da ambiguidade de seu papel e torna-se eventualmente caricato.
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