28/04/2025
Policial Comédia

Mafia Mamma - De repente criminosa

Inesperadamente, uma americana comum herda os negócios de máfia do avô, que ela nem conhecia e vivia na Itália. Agora, a contragosto, terá de assumir o posto de chefona da máfia.

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As empresas distribuidoras brasileiras, sempre tão criativas e com gosto por trocadilhos, às vezes, perdem a chance. A Poderosa Chefona seria um título bem perfeito para Mafia Mamma: De repente criminosa. Mas, tanto faz, o filme é um excelente veículo para Toni Collette exercitar seu timing para o humor com verve e picardia.
 
Nascida na Itália, mas vivendo nos EUA desde 1 ano, Kristin (Collette) nunca visitou seu país, e nem sabia que seu avô, Don Giuseppe Balbano (Alessandro Bressanello) estava vivo. Por isso, foi uma surpresa quando recebeu uma ligação dizendo que ele morreu, e ela deve ir ao funeral. Isso acontece num momento em que sua vida em casa não anda muito boa. O filho acaba de mudar de cidade para cursar a universidade, e ela pega o marido músico traindo-a no estúdio em sua própria casa. Por isso, a viagem para o funeral vem a calhar.
 
Dirigido por Catherine Hardwicke, o filme começa com Kristin, tipicamente, como um peixe fora d’água ao chegar à Itália. Nem triste ela está pela morte do avô, que não conheceu, mas ela logo percebe que há algo de errado naquela família quando um tiroteio acontece durante o enterro. Surpresa! Vovô tinha uma vinícola apenas como fachada – ele era mesmo mafioso.
 
Quem vai lhe dar todas as informações sobre os negócios da família é Bianca (Monica Bellucci), a consiglieri da família Balbano. Kristin descobre que seu avô foi morto por uma família rival, que também perdeu seu Don, e que uma guerra está prestes a começar. E também que ela, como a nova Donna Balbano, deve lidar com essa questão. Fora isso, assim que chegou à Itália, conheceu um chef divorciado Fabrizio (Eduardo Scarpetta).Verdades vêm à tona. O pai de Kristin não morreu num acidente, foi assassinado pela família rival, e o avô deixou um vídeo-testamento no qual pede que ela assuma a chefia da famiglia.
 
Hardwicke, conhecida por filmes como Aos Treze e Crepúsculo, pode não estar em sua zona de conforto, mas encontra em Collette a intérprete natural para essa comédia que, em alguns momentos, chega quase ao pastelão. Kristin demora a entender o que está acontecendo, e o roteiro tira proveito dessa comédia de erros, que culmina com seu próprio envolvimento no ciclo de matanças mafiosas, o que coloca sua cabeça a prêmio.
 
Collette está excelente nas situações cômicas, num longa que satiriza, à sua maneira, a gramática dos filmes de máfia ao colocar no centro uma mulher. Kristin é como um Michael Corleone, relutante em aceitar seu destino, e é ainda mais engraçado o fato de que a protagonista nunca viu O poderoso chefão. “Quem consegue ter 3 horas livres para ver o filme?” Pois é, quem consegue hoje em dia?
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