Brichos 3 – Megavírus começa com um aviso de que o filme foi escrito em 2015, antes da pandemia. É bom avisar mesmo, especialmente dado o subtítulo do longa infantil, o terceiro na série de longas, que começou em 2007, sempre com direção de Paulo Munhoz, que aqui assina o roteiro sozinho.
A Vila dos Brichos está na paz de sempre, as crianças aprontando, os adultos trabalhando e cuidando dos filhos, até que um vírus chega ao local, colocando quem é infectado numa espécie de coma. O trio de crianças Tales Jaguar, Jair Quati e o tamanduá Bandeira se une para tentar salvar seus familiares e amigos infectados.
Os personagens são fofos e a trama, assim como os diálogos, é muito direta e de fácil compreensão para o público- alvo, embora, em alguns momentos, o filme se aventure em questões mais complexas, como o sentido da vida e o que é a morte. Mas sem cair em nada mórbido ou pesado.
Os animais são tomados pela “virose orgânica-digital”, que é transmitida pela tela de computadores e celulares. Dessa forma, o filme não deixa de ser uma crítica à obsessão por eletrônicos. Ao mesmo tempo, por ter sido produzido durante a pandemia, é claro que o filme incorporou questões daquele momento.
Há animais que negam a existência da pandemia mas, enquanto isso, uma vacina deve ser produzida. Ao fim das contas, Brichos 3 – Megavírus é um filme muito ligado à nossa realidade, estabelecendo uma relação com seu público por meio dos animais engraçadinhos, mas dando o recado de maneira bem consciente.