21/05/2025
Drama Ação

Gran turismo - De jogador a corredor

Filme inspirado na trajetória de Jann Mardenborough, jovem jogador de Gran Turismo, que, graças às suas habilidades no jogo, tornou-se um corredor profissional.

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As pessoas que reclamaram de Barbie, chamando o filme de uma longa propaganda, não perdem por esperar por Gran Turismo – De jogador a corredor, esta sim uma propaganda de videogame com intermináveis mais de 2 horas, e com uma tese: Gran Turismo é um jogo que simula corridas de carro tão bem que seus participantes estão aptos a correr num carro de verdade. Ah, tá.
 
Nesse sentido, não há um momento que não se calculou para vender algo, desde o jogo, a marca Nissan, até equipamentos da Sony, estúdio que bancou e distribui o filme. Tudo muito bem posicionado para que não haja dúvida das marcas e da qualidades desta, o que torna o filme enfadonho, embora, no fundo, possa interessar aos jogadores de Gran Turismo.
 
O sul-africano Neill Blomkamp surgiu como um diretor interessante com Distrito 9, uma alegoria com alienígenas sobre o apartheid. Porém, aqui o filme está destituído de qualquer tipo de assinatura. Mais parece ter sido escrito e dirigido por algoritmos, abrindo com o famigerado “baseado numa história real”. No caso, a do inglês Jann Mardenborough, interpretado com carisma e esforço por Archie Madekwe.
 
Mardenborough era um adolescente tão viciado no jogo que saía do quarto apenas o necessário. Seu pai (Djimon Hounsou) o critica duramente e sugere que siga o exemplo do irmão boleiro, Coby (Daniel Puig). A mãe (Geri Horner, outrora conhecida como a Ginger Spice, da banda dos anos 90 Spice Girls) é um pouco mais apoiadora, mas a verdade é que os membros da família mal podem ser chamados de personagens aqui, e estão em cena apenas para cumprir essas funções.
 
Na outra ponta da história, está Danny Moore (Orlando Bloom) um executivo de marketing da Nissan que surge com a ideia de um campeonato online de Gran Turismo, o que levará os melhores jogadores do mundo à Academia Nissan, de onde um será escolhido para participar de corridas reais. Para treiná-los, entra em cena Jack Salter (David Harbour), um ex-corredor que está relegado à posição de mecânico de um jovem corredor mimado, e abandona esse trabalho para treinar os gamers.
 
Para um filme sobre corridas e videogame, e no qual se fala tanto da beleza e da adrenalina dos dois, Gran Turismo filma esses elementos muito mal. A primeira corrida da qual Mardenborough participa online é apressada, sem detalhes, sem adrenalina. Tentando compensar isso no campo real, Blomkamp coloca as corridas em cena de maneira protocolar, enquanto a trama segue o óbvio: um grande aprendizado não apenas sobre o esporte mas também sobre a vida.
 
O que torna a experiência do filme um pouco menos ruim é Madekwe, no papel principal. Ator coadjuvante em filmes como Midsommar – O mal não espera a noite, aqui ele traz alguma a graça a algo que é destruído de outras qualidades por natureza. Se se investisse um pouco mais na estética do videogame ou na das corridas de carros, talvez fosse menos enfadonho.  
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