Dos spin-offs de Invocação do Mal, talvez a franquia A Freira seja o pior de todos. Pior até mesmo que Annabelle. O segundo filme, agora dirigido por Michael Chaves (de A maldição da chorona e Invocação do Mal 3: A ordem do demônio), resume-se a uma história insossa, marcada por gritos, berros e sustinhos.
A Freira 2 começa com um prólogo, na França de 1956, que culmina em um padre flutuando e incendiado. Segue, então, para a heroína religiosa do primeiro filme, a irmã Irene (Taissa Farmiga), que, no convento, faz uma nova amiga, a jovem irmã Debra (Storm Reid) - que foi obrigada pelo pai a fazer os votos, e é uma rebelde. Enquanto isso, num pequeno internato para meninas, Maurice (Jonas Bloquet), também do longa original, é uma espécie de faz-tudo, que se torna amigo de uma aluna, Sophie (Katelyn Rose Downey), filha da professora Kate (Anna Popplewell), que é maltratada pelas colegas.
Como Irene tem experiência com o mal em forma de freira, é mandada para investigar a morte do padre, e Debra acaba indo com ela. Na pequena cidade francesa, onde se deu a tragédia, ela investiga o que houve, e a única testemunha é um pequeno coroinha, cuja mãe não quer que ele fale sobre o assunto.
Os filmes derivados de Invocação do Mal sofrem, entre outros males, pela falta do casal central de protagonistas, interpretados por Vera Farmiga (irmã de Taissa) e Patrick Wilson. Fora isso, há uma tentativa sempre frustrada de copiar o estilo de James Wan, diretor dos dois primeiros filmes. Chaves não parece dono de um estilo próprio, e o roteiro também não ajuda. Na segunda metade da narrativa, quando os personagens lutam contra o mal, não há praticamente diálogos, apenas gritos e berros, seguidos ou não de sustos baratos – um recurso sempre muito pobre no gênero.
Em A Freira 2 ninguém se importa muito em criar uma atmosfera de terror, embora se mire em elementos góticos, como igrejas, vitrais e estátuas. São recursos recorrentes que não surtem o menor efeito, uma vez que o filme é incapaz de instaurar uma atmosfera de horror. Ao fim, é apenas a dor de ouvido com os inúmeros berros e a trilha sonora sem graça e insistente de Marco Beltrami. Assistir a esse filme é uma penitência para pagar todos os pecados.