Eles estão de volta – de novo! Embora em número reduzido, e sem a maior parte dos grandes astros que fizeram do terceiro Os Mercenários uma festa de testosterona. No quarto filme da franquia, poucos atores se mantiveram fieis à amizade com Sylvester Stallone e voltaram para reprisar seus personagens. O mais marcante mesmo é Jason Statham, que interpreta o inglês Christmas e, como fica claro aqui, Stallone está disposto a passar o bastão de vez para ele, que tem destaque como protagonista.
Dirigido por Scott Waugh, Os Mercenários 4 parece ainda mais sem sentido do que os anteriores, que sempre se prenderam por um fiapo de história, por mais sem absurda que fosse. O forte aqui não é geopolítica internacional, mas a trama central envolve evitar a III Guerra Mundial – pela falta de algum outro conflito, os roteiristas escolheram algo bem marcante.
O grupo de mercenários, liderados por Barney (Stallone), vai até a Líbia, para fazer qualquer coisa que o valha para salvar o mundo. Na verdade, pouco importa mesmo, é apenas uma mera desculpa para cenas de perseguição, tiros e explosões, envolvendo Barney, Christmas, Easy Day (50 Cent), Gunner (Dolph Lundgren), Toll Road (Randy Couture) e o novato Gallan (Jacob Scipio).
Há uma outra subtrama, que remete ao passado de Barney. Numa missão, 25 anos atrás, ele quase perdeu toda sua equipe, por culpa de um vilão chamado Ocelot, cuja identidade, até hoje, não se sabe. Nessa nova missão, há a oportunidade de descobrir quem é o sujeito e vingar o passado.
Os temas de sempre estão em voga no filme, como honra e lealdade – ao país, aos companheiros de equipe. Porém, as coisas mudam de configuração quando quem sobe ao posto de líder é Gina (Megan Fox), mulher de Christmas, com quem ele tem uma relação de amor e ódio.
A direção de Waugh é bastante preguiçosa, com cenas de ação que se repetem sem muitas variações. Corpos levando tiros e explodindo são a regra, a trama não ajuda muito e o humor não funciona. A vantagem dos outros três filmes era não se levar a sério demais. O terceiro longa, de 2014, foi mesmo o ponto alto, trazendo no elenco também Harrison Ford, Jet Li, Antonio Banderas, Arnold Schwarzenegger, Mel Gibson e Wesley Snipes. Depois disso, só resta à franquia seguir ladeira abaixo, mostrando claros sinais de cansaço e falta de criatividade. A única coisa que poderia ser uma surpresa aqui, no fim, fica um tanto ridícula.