08/09/2024
Ficção científica

Resistência

No futuro, enquanto acontece uma guerra entre humanos e inteligência artificial, um homem é recrutado para matar aquele a quem se chama de Criador, um homem que desenvolveu uma arma capaz de acabar com o conflito.

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Num primeiro momento, Resistência é um filme que pode empolgar o público de ficção científica, afinal, é um roteiro original, saído do forno, sem ser uma sequência, um reboot, um remake, uma adaptação de livro ou quadrinho. Nada disso. É uma história original, assinada pelo diretor, Gareth Edwards, e Chris Weitz. Mas não são necessários muitos minutos dentro do filme para perceber que de original há muito pouco aqui. Este se revela um filme bastante derivativo, valendo-se de pequenos (às vezes nem tão pequenos) elementos de outras obras na construção de si. Ou seja, é frustrante.
 
A trama é mais enrolada e complicada do que tem direito, e tem a ver com Robôs, aqui chamados de Inteligência Artificial, que parecem desconhecer as leis da robótica de Asimov – especialmente a de não machucar ou matar humanos. Joshua (John David Washington) é escalado para matar uma figura conhecida como O Criador, que inventou um arma que acabaria com a guerra entre humanos e máquina.
 
Até aí tudo bem, mas Resistência quer combinar existencialismo com ficção científica – não que isso seja impossível, afinal a obra de Stanley Kubrick está aí para provar isso. Mas Edwards não é Kubrick. Sua direção é frouxa e até no visual o filme soa como derivativo de Star Wars, embora não tenha nada a ver com a franquia – exceto pelo fato do diretor ter dirigido Rogue One: Uma história Star Wars.
 
A confusão da trama combina desde revisionismo da Guerra do Vietnã à defesa da Inteligência Artificial – algo que, sinceramente, nesse momento, não é bem uma boa ideia. Situando a trama na Ásia, com direito a plantações de arroz (Apocalypse Now mandou lembranças), remete diretamente ao conflito do século passado, mas com um discurso, como a ideologia americana, que de os robôs só querem ajudar.
 
Washington não tem muito a fazer, a não ser correr com uma criança-robô debaixo do seu braço, interpretada por Madeleine Yuna Voyles, que tem a ver com o Criador. Mas será que isso importa? A certa altura, pouco importa aqui, especialmente a grande dificuldade em concluir a história, que tem meia-dúzia de falsos finais até que finalmente chegue à sua conclusão.
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