Quantos filmes o ator australiano Ben Mendelsohn será capaz de salvar de ser totalmente esquecível? Vários, e esse A filha do rei do pântano é um deles. Não fosse sua presença aqui, nada justificaria a existência do filme. É daquele tipo de coisa que poderia ir direto pra VHS nos anos de 1990 e fazer a alegria das locadoras. Não há muito que explique o fato do longa chegar aos cinemas, de qualquer forma.
Baseado no livro homônimo de Karen Dionne, o suspense começa quando sua protagonista, Helena, ainda é uma pré-adolescente, interpretada por Brooklynn Prince. Ela vive com o pai Jacob (Mendelsohn) e a mãe (Caren Pistorius), numa região isolada da Península Superior, em Michigan. Eles vivem num casebre, sem qualquer contato com outras pessoas.
Helena é muito próxima ao pai, que lhe faz novas tatuagens enquanto a ensina a caçar. A menina, no entanto, tem uma relação tensa com a mãe, que parece não gostar muito dela. O que se revela, ainda no começo do filme, no entanto, é que, quando jovem, a mãe foi sequestrada por Jacob e Helena nasceu de um estupro. A protagonista só descobre isso quando elas conseguem fugir dali, e seu pai acaba preso.
Anos mais tarde – agora interpretada por Ridley – Helena reconstruiu sua vida, tem um trabalho que consiste em olhar apreensiva para planilhas de excel e digitar números, e também tem um marido (Garett Hedlund) e uma filha pequena, Marigold (Joey Carson), que desconhecem o passado. Tudo muda, no entanto, quando a polícia bate em sua porta dizendo que seu pai, que se auto-intitula o Rei do Pântano, fugiu.
O suspense dirigido por Neil Burger acompanha, então, a busca desesperada de Helena para fugir desse homem a quem amou, mas descobriu que era violento e perigoso. Além disso, ela precisa proteger sua família. O pântano onde o filme se situa deve ser o mesmo usado em Um lugar bem longe daqui, do ano passado. Totalmente asséptico, é um pântano com direção de arte, e uma paisagem que Burger filma com displicência. Tudo ocorre de forma bastante previsível e sem muita inspiração.
