Sem muito inventar desde que se estabeleceu com o primeiro Jogos Mortais, de 2004, a franquia chega à sua 10a parte mantendo sua tradição de muito sangue, vísceras e métodos de tortura inesperados, situando a ação entre o primeiro e o segundo filme da série. O longa faz justiça ao legado da série, porém, talvez esteja um tantinho acima dos outros no cânone ao introduzir um prólogo que pode fazer o público ficar do lado do assassino sádico Jigsaw, cujo nome de batismo é John Kramer e é interpretado por Tobin Bell.
Tudo começa com Kramer sendo diagnosticado de um câncer inoperável no cérebro, que lhe dá alguns meses de vida. Em um grupo de ajuda, conhece um homem que também está com os dias contados, mas, tempos mais tarde, o reencontra e o sujeito se diz curado graças a um tratamento revolucionário que é feito às escondidas por não ser aprovado pelo governo de nenhum país.
Sem muita demora, Kramer está contatando essas pessoas e logo marcando de participar de uma cirurgia e do tratamento que é feito no México, numa localização secreta. Isso tudo é apenas um prólogo, o filme começa quando ele descobre que isso é um golpe para tirar dinheiro de pessoas desesperadas. Ele não foi operado, e o tratamento nem existe.
O filme não se dá ao trabalho de mostrar como cada um dos envolvidos nessa fraude são encontrados – Kramer apenas aciona um detetive que é seu parceiro – e logo as quatro pessoas envolvidas no golpe estão presas por correntes num galpão onde lutarão por suas vidas, submetendo-se a rituais sádicos.
É preciso dar o braço a torcer num ponto: os roteiristas Josh Stolberg e Pete Goldfinger são realmente criativos na invenção dos métodos sádicos de vingança de Kramer, que conta com a ajuda de sua assistente Amanda (Shawnee Smith), talvez mais doida do que ele.
As vítimas são a prostituta Valentina (Paulette Hernandez), que se passou por enfermeira; Mateo (Octavio Hinojosa), suposto anestesista; Gabriela (Renata Vaca), uma jovem viciada, de quem Amanda tem pena; e Cecilia (Synnøve Macody Lund), organizadora do golpe e filha do suposto médico que desenvolveu o tal tratamento.
Kevin Greutert, que dirigiu Jogos Mortais 6 e foi o montador dos cinco primeiros filmes da série, volta às cadeiras de diretor e editor, fazendo o básico em Jogos Mortais X, mas bem feito, com o intuito de seguir a cartilha da série, sem grandes novidades, mas com a vontade de agradar aos fãs. Por isso, quando o sangue jorra, jorra com gosto.
