Apesar do título, Elas por elas não tem nada a ver com a novela cujo remake está em cartaz atualmente na Rede Globo. Trata-se de um filme coletivo, uma antologia de filmes sobre personagens femininas, dirigidos por cineastas mulheres de diversos países. É um daqueles projetos repletos de boas intenções que ardem no inferno cinematográfico por conta da quase inexistente qualidade artística.
Como é comum, também, nas antologias, o longa é irregular, embora nenhum dos sete episódios particularmente se destaque de forma positiva. O longa recebeu uma inexplicável indicação ao Oscar de Melhor Canção, Applause, escrita e cantada por Dianne Warren, que já foi indicada 14 vezes na categoria, mas apenas ganhou uma estatueta honorária.
O único curta que talvez esteja um pouco acima da média geral aqui é o japonês, dirigido por Mipo Oh, que traz a história de uma mãe solo (Anne Watanabe) cuidando de seus filhos. A italiana Margherita Buy também tem algum destaque no papel de uma veterinária, no curta Aria, da italiana Silvia Carobbio.
As diretoras mais conhecidas envolvidas com o projeto são Catherine Hardwicke e Taraji P. Henson. A primeira realiza um curta sobre uma sem-teto, interpretada pela modelo e atriz Cara Delevingne, que recebe os cuidados de uma médica feita por Marcia Gay Harden. A jovem está hospedada num hotel chique durante o lockdown de 2020.
Já o filme de Henson é protagonizado por Jennifer Hudson, que interpreta uma presidiária que sofre de dupla personalidade, tentando manter a sanidade a poucos dias de conquistar sua liberdade.
No geral, os curtas não dizem muito a que vieram e não têm muita força, seja nas questões sociais (especialmente de gênero, tema central aqui) ou cinematográficas. É uma pena, pois há muito a se dizer sobre os assuntos, mas aqui não se encontra a maneira correta.