O brasileiro Uma carta para Papai Noel tem clara influência dos exemplares hollywoodianos do mesmo tema. Mas um Papai Noel com burnout e depressão, tá aí uma coisa que os americanos nunca pensaram. Esse é o diferencial do filme dirigido por Gustavo Spolidoro, com roteiro assinado por Gibran Dipp e o diretor.
O longa não foge às regras do gênero: órfãos vivendo numa casa de acolhimento sob os cuidados de uma diretora má (Elisa Volpatto) – no caso, jovem – que os maltrata, mas, antes do final do filme, saberemos os motivos. Papai Noel (José Rubens Chachá), por sua vez, está cansado de ser esquecido durante o restante do ano.
Tudo muda quando o Bom Velhinho recebe uma carta de um dos órfãos, Jonas (Caetano Rostro Gomes), durante suas férias. Entre outras coisas, o menino pergunta o motivo de ele e seus colegas nunca terem recebido um presente de Natal. Espantado, Papai Noel decide investigar.
Segue o de sempre com algumas variações: a mulher do Papai Noel, Maria (Totia Meirelles), é uma espécie de Q, o inventor das gerigonças usadas por James Bond, que cria aparelhos especiais para o marido. Além disso, sua principal ajudante é Tatá (Polly Marinho), que viaja junto com ele, quando disfarçado como o faz-tudo Leon, ele visita a casa de acolhimento para descobrir o que acontece com os presentes que entrega lá.
Claramente voltado para o público infantil, Uma carta para Papai Noel é marcado pela ingenuidade dos personagens e da trama. Com uma boa direção de arte, o longa é lúdico e destituído de qualquer cinismo, o que deve agradar às crianças.