08/09/2024

Jack, o patriarca de uma família de patos, tem um medo enorme de sair do lago onde sempre viveu, e enfrentar os perigos do mundo. Sua mulher e filhos pequenos acabam conseguindo convencê-lo de que devem migrar. Na viagem, enfrentam todos os apuros que Jack imaginava, além de outros.

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Num cenário pós-Super Mario Bros e Homem Aranha: Através do AranhaversoPatos soa um tanto arcaico. Não é exatamente retrô, essa não é a intenção, mas algo ao modo antigo mesmo. Uma animação tradicional, mas que, ainda assim, consegue ter seu charme, especialmente pela explosão de cores que tomam a tela. 

Dirigido por Benjamin Renner (indicado ao Oscar por Ernest e Celestine) e o estreante Guylo Homsy, o filme segue a tradição dos estúdios Illumination – responsável pelas produções dos Minions – em computação gráfica, sem qualquer inovação. 

O roteiro assinado por Mike White (da série White Lotus) e Renner segue a família Lopato, composta por Mack e sua mulher, Pam, e os pequenos, Dax e Gwen. Pai preocupado e um tanto neurótico, o patriarca infunde nos filhos um medo injustificável sobre a vida fora do lago, de onde nunca saíram, e onde são, aparentemente, felizes. E há também o atrapalhado pato idoso Tio Dan.

Pam, por sua vez, sonha com aventuras, conhecer o mundo, e essa empolgação é também transmitida aos filhos, que querem viajar. A passagem de um grupo de patos migrantes, que fazem um pit stop, aumenta esse desejo – especialmente depois de Dax se apaixonar por uma patinha. Não é surpresa que, finalmente, convencerão Mack de que devem sair dali, e é quando a aventura começa.

Patos é como um road movie, mas no céu. O encontro com uma garça e seu marido, que podem ou não querer comer os Lopatos, é uma das melhores partes do filme. É quando o longa se solta, se deixa enlouquecer de vez com a personagem. Depois disso, não se arrisca mais, seguindo mais ou menos o roteiro esperado da viagem rumo a Nova York, onde conhecerão tipos que vivem na cidade e perderam seu contato com a natureza – exceto por alguns habitantes do Central Park. 

Na cidade também irão parar na cozinha de um restaurante renomado, comandada por um chef malvado – o grande vilão do filme, que justifica os medos de Mack – que mantém um papagaio no cativeiro, que sonha em fugir e voltar para a Jamaica. É um personagem que rouba a cena com sua ansiedade e falatório, e, também, um pouco de ousadia – tudo o que falta no restante do filme. 

 

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