16/02/2025
Comédia Terror Ação

Hellboy e o Homem Torto

Na companhia de um agente novata da Bureau de Pesquisas e Defesa Paranormal, Hellboy investiga a presença de forças sobrenaturais numa comunidade isolada próxima aos Apalaches.

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Hellboy E O Homem Torto é um filme estranho, e não em um bom sentido. Apesar do envolvimento de Mike Mignola, criador do personagem, no roteiro, o longa de Brian Taylor é confuso e se ressente do baixo orçamento visível. É o tipo de filme que não sabe se assume-se como trash ou tentar se passar como uma diversão de qualidade. Em ambos casos, não funciona. 

Jack Kesy é o terceiro ator a assumir o protagonista, que já viveu dias melhores nas mãos de Ron Perlman e David Harbour, e agora parece ter caído num buraco negro de filme genérico combinando fantasia e humor, sem funcionar direito em nenhum dos dois.

O filme já começa em plena ação sem muito tempo para que o público seja introduzido nesse universo, onde Hellboy luta contra uma aranha demoníaca gigante. Ao seu lado, está Bobbie Jo Song (Adeline Rudolph), agente da Bureau de Pesquisas e Defesa Paranormal, e empoderada personagem feminina, uma categoria que se tornou obrigatoriedade no gênero, mesmo que ela não tenha muito a fazer a não ser estar ao lado do herói.

Hellboy surgiu no cinema em 2004, sob a direção de Guillermo del Toro, num filme que combinava bem os elementos sobrenaturais e um humor cínico que encontrava respaldo no carisma de Perlman. A dupla viria ainda fazer mais um filme, Hellboy II: O Exército Dourado (2008),e, novamente, com bons resultados. Mas, no fim, del Toro não conseguiu encerrar sua trilogia, e o personagem ganhou um reboot 2019, dirigido por Neil Marshall, que se torno o pior filme da série. Até agora. 

Com atuações pedestres, efeitos digitais toscos e uma trama desinteressante, o novo longa é quase um desrespeito ao legado de del Toro que havia criado a franquia com criatividade e sagacidade. Aqui, nada funciona. Kesy é sem graça e não dá personalidade ao menino infernal. Poderia ser qualquer ator debaixo da maquiagem. 

A trama se passa nos anos de 1950, e parte de um livro famoso de Mingola, que traz a figura do Homem Torto (Martin Bassindale), um personagem um tanto vago que entra em cena sem muito a acrescentar e sai da mesma forma. Hellboy já foi filme de terror também com sua coragem de abraçar a fantasia sombria. O que não é o caso aqui. 

Quando parece aceitar seu lado trash, Hellboy E O Homem Torto tem lá suas pequenas qualidades, mas Taylor parece querer elevar seu material, especialmente na reta final, e o filme fica deslocado, sem identidade, sem estilo, terminando apenas como algo ruim e genérico, que, provavelmente, nem deva render uma continuação – ao menos, não para cinemas. 

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