Em 1986, um bilionário texano injetou 200 milhões de dólares na Biosfera 2, um imenso laboratório ecológico construído em vidro e aço e completamente isolado do meio exterior. A idéia era desenvolver um ecossistema habitável por seres humanos e por mais de 3 mil espécies, entre animais e vegetais. Problemas relacionados à composição do ar, à dificuldade de se conseguir alimento, entre outros, levaram a Biosfera 2 ao fracasso. No entanto, o desenho animado japonês Cowboy Bebop, de Shinichiro Watanabe, aperfeiçoou a realidade e mandou seus personagens ao ano de 2071 para viver em Marte em um ambiente semelhante ao da década de 1980. Baseado na adorada série homônima veiculada no Cartoon Network nos Estados Unidos, o filme sintetiza em seu cenário elementos facilmente relacionados às cidades de Hong Kong, Nova York, Paris, Londres, entre outras. Spike e sua gangue vivem do dinheiro das recompensas por capturar criminosos procurados pela polícia local. Seu próximo alvo é um hacker, mas durante a perseguição acontece um ataque bioterrorista que pode render aos caçadores de bandidos 300 milhões de woolongs, moeda corrente em Marte. Cada um dos cowboys - Faye, Jet, a jovem hacker Ed e seu cão Ein - aciona sua especialidade para encontrar pistas do terrorista. Eles chegam até Vincent, homem solitário que já fez parte do programa de desenvolvimento de bioarmas do Exército. Alguns dos personagens de Cowboy Bebop estão totalmente imersos em realidades paralelas. O hacker que ajuda Vincent, por exemplo, é tão alienado da realidade que seus objetivos de vida estão todos relacionados ao mundo virtual. O mesmo acontece com o próprio Vincent que desenvolveu tamanha aversão ao relacionamento com outros humanos, que qualquer contato externo se tornou regado de ódio e necessidade de destruição. Assim, a fita leva ao extremo a atual tendência de muitas pessoas de se fechar em seu próprio mundo e, por conta disso, considerar a simples possibilidade de contato com o outro um verdadeiro martírio.