Ava Yvy Vera - a Terra do Povo do Raio, disponível em homenagem ao Dia Nacional da Luta dos Povos Originários
No Dia Nacional da Luta dos Povos Originários, a plataforma Itaú Cultural Play disponibiliza cinco filmes de cineastas indígenas para acesso gratuito. A seleção reúne filmes de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Rio Grande do Sul.
Na mesma data, a plataforma faz uma homenagem a Hector Babenco, com a exibição de seu primeiro filme Rei da Noite (1975). O longa-metragem traz Paulo José na pele de Tertuliano, que narra sua história desde a infância, no seio de uma tradicional família paulistana, até a própria velhice decadente. Com patrocínio do Banco Itaú, o filme foi restaurado em qualidade 4K pela produtora HB Filmes, dentro do projeto Memória Hector Babenco.
Sob o olhar dos povos originários
Incrementando as produções audiovisuais de realizadores indígenas no catálogo da Itaú Cultural Play, a mostra Filmoteca Indígena reúne cinco filmes que mostram a cultura, os costumes e os desafios de povos originários.
Formado em cinema pelo Vídeo nas Aldeias, Divino Tserewahú tornou-se uma referência do audiovisual de autoria indígena. É dele Waiá rini, o poder do sonho, documentário pernambucano que realizou em 2011.
A partir do diálogo com seu pai, um dos líderes do Wai’ái, ele revela os segredos desse rito desconhecido, que inicia os jovens na vida espiritual. Trata-se de uma iniciação secreta, essencialmente masculina, na qual os garotos passam por provações e perigos.
Com direção de Patrícia Ferreira Mbya e Ariel Duarte Ortega, Bicicletas de Nhanderú (2011) traz o cotidiano e a espiritualidade do povo da aldeia Koenju, em São Miguel das Missões, no Rio Grande do Sul. Realizado pelo Coletivo Mbyá-Guarani de Cinema e produzido pelo Vídeo nas Aldeias, o documentário coloca em debate, a partir de dois meninos, os efeitos do contato com a cultura dos não-indígenas.
O filme mostra, sob o olhar da crença dos Mbya-Guarani, que a queda de um raio significa que Tupã enviou uma mensagem de Nhanderú, descontente com as atitudes dos habitantes da aldeia. Por isso, todos precisam rever seus conceitos.
Produção de Minas Gerais, N?h? Yãgmu Yõg Hãm – Essa terra é nossa! (2020) reuniu quatro diretores: Isael Maxakali, Sueli Maxakali, Carolina Canguçu e Roberto Romero. Eles mostram nesse documentário a ação devastadora do homem branco sobre os indígenas, desde a chegada dos portugueses até os dias de hoje. Tikmu?’u?n, personagem da história, fala sobre a colonização e a violência dos não-indígenas contra seu povo e a floresta, de acordo com sua visão.
Já o curta-metragem de animação mineiro Mãtãnãg, a encantada (2019), de Shawara Maxakali e Charles Bicalho, contemplado pelo Rumos Itaú Cultural 2017-2018, é baseado na mitologia Maxakali. A indígena Mãtãnãg seguiu o espírito do marido, que faleceu por uma picada de cobra, até a aldeia dos mortos. Apesar de ultrapassarem juntos os obstáculos entre os mundos dos vivos e dos mortos a alma de Mãtãnãg precisa voltar para o plano terreno.
Para concluir a lista, o documentário Ava Yvy Vera - a Terra do Povo do Raio (2016) capta o cotidiano e a visão de mundo dos povos Guarani Kaiowá. A história tem como ponto de partida a narrativa de um indígena dessa etnia, que fala sobre as constantes ameaças que seu povo sofreu de pistoleiros da região, cercada por pés de soja que se perdem no horizonte.
Com o objetivo de produzir um filme que vai muito além do estudo antropológico e da relação intrínseca entre os indígenas e os seus territórios, a produção foi realizada por um coletivo composto por lideranças e jovens da Tekoha Guaiviry, território retomado do povo Kaiowa, no Mato Grosso do Sul. São eles: Genito Gomes, John Nara Gomes, Johnathan Gomes, Dulcídio Gomes, Joilson Brites, Sara Brites, Valmir Gonçalves Cabreira e Edna Ximenez.
Celebrando Babenco
Argentino naturalizado brasileiro, Hector Babenco se tornou um dos grandes cineastas da América Latina. Seu nome foi destaque na premiação do Oscar de 1986, quando sua obra prima O Beijo da Mulher Aranha concorreu na categoria melhor direção pela estatueta mais desejada do cinema.
No dia 7 de fevereiro, data em que o diretor completaria 77 anos, a Itaú Cultural Play presenteia os fãs de sua obra com a estreia do seu primeiro longa-metragem O Rei da Noite (1975).
Estrelados por dois dos maiores atores brasileiros de todos os tempos, Paulo José e Marília Pêra, o longa-metragem é um clássico da comédia brasileira que reúne sátira, melodrama e crítica social para contar uma história tipicamente brasileira.
A narrativa se passa na capital paulista da década de 1940, quando Tezinho (Paulo José), como era conhecido, sofre uma grande reviravolta em sua vida ao descobrir que sua noiva precisará se mudar para tratar de uma grave doença cardíaca. Sem notícias e quase sem esperanças, ele se torna um boêmio e passa a se envolver com Pupi (Marília Pêra), prostituta e cantora de cabaré que se apresentava como A rainha da noite.
Apesar de se envolver ainda com outras duas mulheres, amigas de sua mãe, ele acaba se casando com a mais geniosa delas, com quem briga o tempo todo. Sua ideia de ter uma vida tranquila, após o casamento, acaba indo por água abaixo, pois passa a sofrer com os ciúmes, humilhações e inseguranças da esposa.
Com mais de 500 títulos disponíveis de todas as regiões do Brasil, gratuitamente, a plataforma voltada com exclusividade para o audiovisual brasileiro, pode ser acessada pelo site www.itauculturalplay.com.br ou pelo App nos dispositivos móveis Android e IOS.
SERVIÇO:
Itaú Cultural Play
A partir de 7 de fevereiro (terça-feira)
77 ANOS DE HECTOR BABENCO
O Rei da Noite (1975)
De Hector Babenco
Duração: 98 minutos
Classificação indicativa: A14 (nudez e conteúdo sexual)
FILMOTECA INDÍGENA
Wai’á Rini, o poder do sonho (2001)
De Divino Tserewahú
Duração: 48 minutos
Classificação indicativa: ALivre
Bicicletas de Nhanderú (2011)
De Patrícia Ferreira Mbya e Ariel Duarte Ortega
Duração: 45 minutos
Classificação indicativa: A12 anos (violência, drogas lícitas e conteúdo sexual)
Ava Yvy Vera - a Terra do Povo do Raio (2016)
De Genito Gomes, John Nara Gomes, Johnathan Gomes, Dulcídio Gomes, Joilson Brites, Sara Brites, Valmir Gonçalves Cabreira, Edna Ximenez
Duração: 52 min
Classificação indicativa: ALivre
Mãtãnãg, a encantada (2019)
De Shawara Maxakali e Charles Bicalho
Duração: 14 minutos
Classificação indicativa: A10 anos (drogas ilícitas, violência e nudez)
N?h? Yãgmu Yõg Hãm - Essa terra é nossa! (2020)
De Isael Maxakali, Sueli Maxakali, Carolina Canguçu, Roberto Romero
Duração: 70 minutos
Classificação indicativa: A10 anos (angústia e violência)