Para comemorar o Dia da Consciência Negra, a Cinemateca Brasileira oferece ao seu público oito filmes dirigidos por cineastas negros. De 22 a 24 de novembro, a programação especial Semana da Consciência Negra irá exibir sete curtas e dois longas metragens que revelam a diversidade de olhares da cinematografia nacional.
A sessão de curtas inclui o clássico de Zózimo Bulbul, Alma no olho (1973), baseado no livro "Alma no exílio", de Eldridge Cleaver, dos Panteras Negras, e com trilha sonora de John Coltrane. Zózimo utilizou os restos dos negativos do filme em que foi dirigido por Antunes Filho, Compasso de espera (1969), para criar uma potente metáfora da colonização e da libertação proporcionada pela identidade cultural. A ele, juntam-se novas vozes do cinema negro brasileiro na sessão: Sabrina Fidalgo, com as duas primeiras partes de sua trilogia do carnaval, Rainha (2016) e Alfazema (2019), e os suspenses políticos de Elton de Almeida Preto (2016) e Mato adentro (2019).
Entre os longas, o documentário A negação do Brasil, de Joel Zito Araújo, foca na história da telenovela brasileira, analisando como atores negros foram restritos a papeis estereotipados e negativos. Subjetividade e objetividade caminham juntas para evidenciar os processos de identidade étnica dos afro-brasileiros. Já o drama de André Novais Oliveira,Temporada, aborda de forma implícita temas como racismo e feminismo e aposta na beleza do cotidiano para conquistar 6 indicações e 5 troféus Candango no 51º Festival de Brasília.
Antes do longa de Joel Zito, será exibido ainda o curta-metragem Carolina, de Jeferson De, em que Zezé Motta vive o papel da escritora Carolina Maria de Jesus. O filme faz parte do movimento Dogma Feijoada, uma ironia ao movimento dinamarquês Dogma 95, que se inicia com a publicação do manifesto Gênese Cinema Negro Brasileiro, escrito pelo cineasta. Essa proposta de ampliar e aprofundar o debate sobre a negritude no cinema nacional se ancorou em alguns mandamentos como, “o filme tem de ser dirigido por realizador negro brasileiro”, “o protagonista deve ser negro”, “a temática do filme tem de estar relacionada com a cultura negra brasileira”, e “personagens estereotipados negros (ou não) estão proibidos”.
Serviço
Cinemateca Brasileira
Largo Senador Raul Cardoso, 207 – Vila Mariana
Horário de funcionamento
Espaços públicos: de segunda a segunda, das 8 às 18h
Salas de cinema: conforme a grade de programação.
Biblioteca: de segunda a sexta, das 10h às 17h, exceto feriados
Sala Grande Otelo (210 lugares)
Sala Oscarito (104 lugares)
Retirada de ingressos 1h antes do início da sessão
Programação no site