Três filmes brasileiros foram anunciados na seleção do Festival de Berlim 2024, que será realizado entre 15 e 25 de fevereiro, e fez uma divulgação parcial de sua programação.

São dois longas, Betânia (foto), de Marcelo Botta (na mostra Panorama), e Quebrante, de Janaina Wagner (na seção Forum Expanded), e um curta, Lapso, de Caroline Cavalcanti (na Generation 14KPlus). 

Escrito e dirigido por Marcelo Botta, Betânia é protagonizado por Diana Mattos, que interpreta a personagem-título, uma mulher que vive numa região desértica não muito longe da Amazônia. O elenco é inteiramente composto por atores e atrizes maranhenses – até mesmo os personagens franceses são feitos por franceses radicados no estado. E a grande maioria atua pela primeira vez num longa de ficção. A protagonista Diana Mattos é funcionária pública em São Luís e palhaça em apresentações para o público infantil. Sua única aparição no cinema brasileiro foi em um plano detalhe de sua mão em Carlota Joaquina, de Carla Camurati.

Inteiramente filmado no Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, o filme inclui diversos momentos musicais, focalizando toadas de boi, reggae, remixes e tambor de crioula. 

Participou da sessão Primer Corte para longas não finalizados no Ventana Sur 2022, em Buenos Aires, e, como resultado, recebeu três importantes prêmios de pós-produção. O diretor Marcelo Botta dirigiu a comédia Abestalhados 2 (2022) junto com Marcos Jorge, uma coprodução com a Disney e a Zencrane Filmes.

Quebrante, de Janaina Wagner, acompanha dona Erismar, uma professora aposentada que percorre as paisagens ao longo da rodovia Transamazônica, onde se avistam ruínas, cavernas e outros vestígios da fantasmagoria em torno desta espantosa cicatriz no meio da Amazônia. Janaina Wagner é uma artista visual que desenvolve suas pesquisas em diversas mídias, como filmes, fotografia, livros, desenho, instalações, cenografia e pintura.

Já exibido no Festival Internacional de Curtas de S. Paulo e no Cine BH, o curta Lapso, de Caroline Cavalcanti, retrata dois adolescentes (Beatriz Oliveira e Juan Queiroz) em Belo Horizonte, que se conhecem durante o cumprimento de um serviço comunitário depois de uma infração, descobrindo diversas maneiras de estar no mundo.