Mohammad Rasoulof, diretor iraniano cujo filme The Seed of the Sacred Fig terá sua première mundial no próximo Festival de Cannes, foi condenado a oito anos de prisão, chibatadas, uma multa e confisco de propriedades. A informação foi divulgada pelo jornalista independente Mansour Jahani, baseado em declarações do advogado do cineasta, Babak Pania.
Em sua conta no X, Pania informou que a sentença, emitida pelo 29o. Setor da Corte da Revolução Islâmica, foi confirmada no 36o. Setor da Corte de Apelações e que deve agora ser cumprida.
Além disso, segundo o informe do jornalista Jahani, as forças de segurança iranianas pressionaram os agentes de Rasoulof para que retirassem o filme do festival francês, que se inicia na próxima terça (14/5).
Nome prestigiado no cinema mundial, Rasoulof participou três vezes da mostra competitiva Un Certain Regard em Cannes: com Be omid-e didar (melhor direção desta mostra em 2011); Manuscritos não Queimam (vencedor do prêmio FIPRESCI em 2013); ; e A Man of Integrity (vencedor do prêmio principal da seção em 2017). O cineasta iraniano, além disso, venceu o Urso de Ouro em Berlim em 2020 com o drama Não Há Mal Algum, um filme crítico da justiça e da pena de morte em seu país.
Por conta de suas posições e opiniões, o diretor sofre uma intensa perseguição política no Irã. Em 2023, Rasoulof foi impedido de ir a Cannes, onde integraria o júri da mostra Un Certain Regard, por ter tido seu passaporte cassado pelas autoridades iranianas.