Anos depois de sua aposentadoria, um grupo de e-agentes da CIA reúne-se novamente, a partir do atentado sofrido por um deles. Os velhinhos vão provar que ainda estão em forma.
08/11/2010
Bruce Willis, Morgan Freeman, Helen Mirren e John Malkovich. Começar chamando o elenco de RED - Aposentados e perigosos de veterano é cair no óbvio. Então, vale dizer que há uma química muito interessante entre esses atores nessa comédia de ação que tem sido comparada a “Os mercenários”. Comparação injusta – especialmente porque aqui ninguém aparece deformado de tanta cirurgia plástica ou botox, e o filme, que estreia em cópias dubladas e legendadas, é bem mais divertido.
Esqueça o fiapo de trama que une esses personagens, porque não faz o menor sentido e nem é pra fazer. Envolve uma perseguição a ex-agentes da CIA – interpretados pelo quarteto – que começa com Frank (Willis) fugindo de milhares de balas e levando a tiracolo uma telefonista, Sarah, interpretada por Mary-Louise Parker.
A vida dela, por sua vez, é tão vazia, que ser sequestrada é um grande evento. Ao lado dela, Sarah conhece os ex-colegas de Frank: Joe (Freeman), Marvin (Malkovich) e Victoria (Mirren). Todos ex-agentes da CIA com suas peculiaridades e uma história envolvendo o seu passado.
Robert Schwentke (Te amarei para sempre, Plano de voo) dirige o que, às vezes, parece funcionar por conta própria, exagerando ao máximo na caricatura de seus personagens - o que não é, necessariamente, um problema nesse filme.
Malkovich faz um sujeito extremamente neurótico que vê em qualquer pessoa um assassino em potencial, tornando-se, por isso, um alvo a ser eliminado. Já Mirren e Brian Cox são um casal de ex-amantes – ela da CIA, e ele, um russo da KGB – que têm alguns dos melhores momentos do filme, por conta da rivalidade e de acertos do passado que insistem em bloquear um possível reatamento. Enquanto isso, Willis recicla seu personagem mais famoso, John McClane, da série “Duro de matar”.
“RED – Aposentados e perigoso” não é bem um filme bom, mas também não é ruim. É exatamente, na verdade, aquilo que se propõe a ser. E isso é algo raro hoje em dia em Hollywood: filmes dispostos a divertir sem qualquer outra pretensão. Quem não gosta do gênero – tiros e correrias –, certamente, não vai achar a menor graça aqui, mas, aos interessados, Willis & Cia têm algo a dizer e mostrar.
Alysson Oliveira