David é um político promissor, mas é derrotado numa campanha para o Senado. Em crise, conhece uma bailarina por quem se apaixona. Mas homens misteriosos fazem tudo para impedir que ambos se aproximem e permaneçam juntos. Parece que já traçaram o destino de David, longe da mulher que pode ser o amor de sua vida.
11/05/2011
Será que somos senhores de nosso destino? Ou o futuro já está traçado e não nos resta outra coisa além de esperar sentados o que está por vir? Para o jovem candidato a senador David Norris (Matt Damon, de Além da vida), que acaba de ser derrotado em uma eleição apertada, a resposta a essas perguntas chega a ser angustiante.
O que parece ser apenas uma preocupação filosófica e existencial de um personagem em crise ganha em Os agentes do destino, que marca a estréia na direção do roteirista George Nolfi (O ultimato Bourne), uma dimensão muito maior, quase um complô do qual não podemos escapar. E, para fugirmos das armadilhas do destino, temos que literalmente de correr.
David começa a perceber que não consegue tomar as rédeas de sua vida quando desconhecidos vestidos de terno escuro e chapéu (um vestuário desatualizado e mais próximo de cidadãos dos anos 1940) tentam impedir que ele se relacione com Elise (Emily Blunt). Na verdade, eles querem impedir que eles se encontrem e possam iniciar uma relação. Isso é perigoso para os planos deles.
Ele conheceu a bailarina casualmente, depois de perder a eleição, e ao tentar reencontrá-la é sabotado pelos homens misteriosos. Eles têm o poder de interferir no tempo e, consequentemente, alterar o futuro imediato. Eles se deslocam com muita rapidez por atalhos em um universo paralelo e conseguem antecipar todos os movimentos de David.
Baseado num conto de Philip K. Dick, autor da história que deu origem ao cult Blade runner, o caçador de andróides, o filme é uma frenética ficção científica, em que é preciso ficar atento a cada detalhe e personagem. De certa forma, há alguma semelhança com a temática do seriado “Fringe”, onde a interação de universos paralelos conduz a trama para becos aparentemente sem saída.
Por mais estranha que possa ser a obsessão de David em encontrar essa mulher misteriosa – que pode se tornar o amor de sua vida –, vale a pena se deixar levar nessa perseguição, na qual esses agentes do destino parecem ser os vilões.
Aparentemente eles traçaram um plano importante para David e não querem que uma paixão os atrapalhe. Tudo indica que David exercerá um importante papel político no futuro (presidente dos Estados Unidos?), que poderá ser crucial para a segurança do mundo. Mas será que o amor é necessariamente um obstáculo?
Luiz Vita