- Por Alysson Oliveira
- 03/08/2004
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Boa parte da história contemporânea do Brasil e do mundo passa pelas lentes do fotógrafo baiano radicado no Rio de Janeiro Evandro Teixeira. O documentarista estreante Paulo Fontenelle acertou em cheio no seu tema e entrevistados. Teixeira e diversas pessoas que foram fotografadas por ele e amigos de trabalho têm histórias saborosas para contar. Desde que começou sua carreira como fotógrafo em 1958, no jornal Diário da Noite, Teixeira acompanhou e clicou os principais eventos políticos, esportivos e sociais, que aconteceram no Brasil desde então. Em 1994, teve seu currículo incluído na Encliclopédia Suíça de Fotografia, na qual estão registrados os fotógrafos mais importantes do mundo, como Henry Cartier-Bresson, morto esta semana. Diversas obras suas estão espalhadas em acervos de museus e galerias, como o de Belas Artes em Zurique, MASP, em São Paulo e Museu de Arte Moderna do Rio.Episódios da história brasileira dos últimos 40 anos foram eternizados pelas lentes de Teixeira. Em 31 de março de 1964, por exemplo, ele foi o único fotógrafo a registrar a tomada do Forte de Copacabana. Mas, talvez, sua principal obra seja o livro "Canudos 100 Anos", publicado em 1997, no qual apresenta em uma centenas de fotos preto-e-branco os sobreviventes da Guerra de Canudos e a região.Referência obrigatória em qualquer aula de fotojornalismo, Teixeira se coloca, ao lado de Sebastião Salgado, como um dos artistas brasileiros mais importantes e conhecidos internacionalmente. Assim como o profissional, o documentário se tornará uma referência nas faculdades de jornalismo. Porém, "Evandro Teixeira - Instantâneos de uma Realidade" funcionaria melhor se lançado na TV ao invés de ir para as salas de cinema. O filme tem o formato e a duração daqueles documentários apresentandos na TV Cultura de São Paulo. Com certeza encontraria seu público mais facilmente.