O roteiro é de Truffaut e Jean Gruault.
Desta vez, Truffaut narra a relação entre Claude, um jovem francês aspirante a escritor, e as galesas Anne (Kika Markham) e Muriel (Stacey Tendeter), irmãs bem diferentes entre si. Anne é uma escultora liberada, enquanto Muriel é uma professora recatada.
Vivido por Jean-Pierre Léaud, alter-ego do cineasta
em filmes como Os Incomprendidos, Beijos Proibidos e Domicílio Conjugal, Claude vai passar
o verão na casa das irmãs, dando início a um triângulo que, durante anos, vai experimentar as alegrias da amizade, os prazeres do sexo e, principalmente, as dores do amor.
É um filme triste, de encontros e desencontros, sobre obstáculos físicos e morais (a história desenrola-se no início do século, e a mãe das moças é a típica puritana), conflitos espirituais e carnais. Tudo isso dirigido com a ternura característica de Truffaut,
que aos poucos vai envolvendo, irreversivelmente,
o espectador.
Abençoado pela música de Georges Delerue (que tem uma pequena participação no papel de advogado) e a fotografia em cores de Nestor Almendros, Duas Inglesas e o Amor é um desses filmes que ficam na memória. Truffaut declarou que "não é um filme de amor físico, mas um filme físico sobre o amor". Mais do que isso: é a marca de um grande artista.