24/04/2025
Comédia Drama

As Damas de Ferro

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A indústria cinematográfica da Tailândia produziu poucos sucessos internacionais como este As Damas de Ferro, sucesso em todos os festivais pelos quais passou, além de carreira comercial bem-sucedida em inúmeros países. O diretor Yongyoot Thongkongthun roteirizou, com dois amigos, uma história real - o nascimento e ascensão de um time de vôlei formado, basicamente, por gays e transgêneros.

O filme tailandês que conquistou a segunda maior bilheteria de todos os tempos no país, perdendo apenas para Nang-Nak, terror do diretor Nonzee Nimibutr, é a história de dois amigos gays, Mon e Jung, fanáticos por voleibol. Apesar da enorme população gay e de transexuais do país, eles sempre são rejeitados pelos machões dos times em que pretendem jogar. Sem perspectivas de melhora na pequena cidade provincial, resolvem partir para Bangcoc. Um cartaz procurando por jogadores de vôlei na parede da estação ferroviária, muda tudo.

Jung convence Mon de que eles devem fazer a última tentativa. O momento não poderia ser melhor. O governador distrital, cansado de derrotas, contrata uma técnica para o time principal de Lampang, a lésbica Bee. Com seriedade e um ar maternal, ela faz a seleção do time, incluindo Mon e Jung no elenco. Inúmeras tentativas de boicote por parte dos machões não a fazem desistir dos talentosos jovens, mas o problema maior começa com a desistência dos intolerantes. Sem jamais perder a esperança e o otimismo, Jung toma para si a tarefa de arregimentar jogadores para completar o time desfalcado.

A partir desta empreitada é que o filme pega ritmo. A busca por outros amigos jogadores e gays é uma das melhores partes do filme. Jung convoca Mol, um soldado do exército fortão, que entra em crise a cada unha lascada; Pia, uma belíssima transexual e estrela de shows de cabaré; e Wit, indeciso entre assumir sua homossexualidade e continuar os negócios de seu próspero pai. A técnica traz Abril, Maio e Junho, três hilariantes gays, para completar o esquadrão rosa junto com o único heterossexual que aceitou ficar no time, Chai.

A reunião deste time para lá de inusitado trará muitas surpresas desde os primeiros treinamentos até o jogo final do campeonato nacional. O diretor conseguiu reunir um bom elenco, tinha nas mãos uma boa história - conduzida com sensibilidade -, mas consegue apenas uma comédia regular. Não se espere gargalhadas, as situações podem ser engraçadas, mas o drama do preconceito vivido pelos personagens estão todos ali e não são nada fáceis de encarar. Um filme sobre a importância da tolerância neste mundo cada vez mais caótico.

Cineweb-17/5/2002

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