O filme marca uma volta às origens, depois das ácidas críticas que o diretor Steven Soderbergh e Clooney receberam por causa da pouca criatividade do anterior. Novamente a ação se passa em Las Vegas, diferente de Doze Homens e Outro Segredo, que era situado na Europa. A boa notícia é que aqui caprichou-se um pouco mais na trama e nas muitas reviravoltas.
Retomando temas de Onze Homens e um Segredo (2001), boa parte da ação se passa num cassino. Agora, o golpe é por um motivo mais nobre, vingar a honra do um dos membros da turma, Reuben (Elliott Gould), que foi traído pelo seu ex-sócio Bank (Al Pacino). O amigo de Danny Ocean (Clooney) acabou sofrendo um infarto quase fatal por conta disso.
Bank está para inaugurar sua maior empreitada, um mega-hotel-cassino, no terreno que lhe foi cedido justamente por Reuben. O plano de vingança da turma de Danny Ocean consiste em não só quebrar a banca, como também desmoralizar o empresário – único ganhador do Prêmio Cinco Diamantes, da Royal Review Board, um para cada um dos hotéis.
Como Danny está sem fundos para tocar o plano mirabolante, acaba tendo de pedir ajuda a Terry Benedict (Andy Garcia), seu inimigo no primeiro filme. Este lhe impõe uma condição: roubar os cinco colares de diamantes que Bank mantém sob segurança máxima num lugar praticamente inacessível, o que acrescenta ainda mais risco a toda a operação.
Todos os membros da gangue de Ocean vão engajar-se no plano, cada um com sua função específica, infiltrando-se entre os funcionários do hotel-cassino e espionando cada passo de Bank. O desenrolar da trama, como nos outros filmes da série, não é tão importante. Até porque o que vale é o quanto cada uma das etapas é inverossímil. Se fosse seguir a cartilha do realismo, Treze Homens e um Novo Segredo com certeza não teria a menor graça.
Há muito tempo, o diretor Soderbergh, que aqui também assina a direção de fotografia, já provou conhecer muito bem as técnicas cinematográficas. Sabe como poucos usar câmera e montagem para criar efeitos e desenvolver uma narrativa sofisticada para entreter o público.
Elegância, aliás, é a palavra de ordem aqui. Seja no figurino, nos cenários, na trilha sonora de David Holmes (o mesmo compositor dos outros dois filmes) ou no elenco, que se mostra mais à vontade do que nunca. Mal se dá por falta de Julia Roberts e Catherine Zeta-Jones, que não estão no elenco. Para justificar a ausência delas, Danny e Rusty comentam que esse negócio desta vez ‘não é da conta delas’. O único papel feminino de peso é da veterana Ellen Barkin, como braço-direito de Bank.
Homenagem rasgada aos filmes de golpe dos anos 1970, seu único objetivo é divertir e gerar lucro para o estúdio que o produziu. A vantagem é que, ao contrário de Doze Homens e Outro Segredo, o público consegue divertir-se bem mais.