Exemplo de terror-teen - grosseiramente violento e absolutamente repulsivo - pode ser encontrado em Premonição (1998). Neste filme, a Morte (no caso aqui, uma personagem) vai terminar o serviço inacabado: matar os seis sobreviventes de um trágico acidente. Mas, o curioso é que apesar de a Morte ter poderes sobrenaturais, nenhum deles morre de forma simples. Todos agonizam e agonizam. Por que morrer dormindo, se o personagem pode ser torturado de forma lenta e gradual?
No mesmo sentido navega o Navio Fantasma. Já na primeira cena, o filme traz um mar de sangue e corpos mutilados, tranformando crimes hediondos em espetáculo. A apoteose da morte é elemento fundamental deste filão cinematográfico: quanto mais criativo for o desenlace, melhor será o filme, na ótica obtusa dos diretores. Um erro freqüente, que só alimenta pesadelos infantis e dá idéias absurdas para jovens anestesiados pela violência cotidiana.
E o filme não precisava necessariamente seguir por esse caminho. Afinal, quando a equipe de resgate marítimo encontra o luxuoso transatlântico Antonia Graza, que desapareceu há mais de 40 anos com a nata da sociedade italiana e milhões em barras de ouro, a história parece seguir um suspense bastante inquietante. A visão de uma garotinha dentro do navio até faz lembrar clássicos como Poltergeist (1982).
Mas, as impressões acabam aí. Quando a equipe de resgate sobe no Antonia Graza, apenas a escatologia sobrevive. O que se pode destacar no filme é a passagem ao melhor estilo videoclipe, quando a trágica história da primeira tripulação é contada. O resto é autópsia nonsense, ao pior estilo de filme de terrror B. Por isso, é estritamente recomendável para fãs de trash movies.
Cineweb-14/2/2003