Menos famosa até agora, sua irmã Maria (Scarlett Johansson) também foi amante do mesmo rei e antes de Anna. A diferença é que Maria, rejeitada pelo soberano depois que sua irmã o conquistou, acabou sobrevivendo não só a Anna como a toda a sua família, toda executada. Não era nada seguro esse período da dinastia Tudor.
Tudo isso é História, o que não é o foco preferencial do novelão que se desenrola em A Outra, filme que marca a estréia em direção de cinema do ex-ator e diretor de TV Justin Chadwick. Baseando-se no livro A Irmã de Anna Bolena, de Philippa Gregory, o roteiro de Peter Morgan coloca tintas mais fortes nas emoções em alta voltagem, centrando fogo na rivalidade entre estas irmãs. Fruto do casamento de uma mulher nobre (Kristin Scott-Thomas) com um homem nem tanto (Mark Rylance), as duas irmãs tornam-se verdadeiras mercadorias por influência do poderoso tio materno, o duque de Norfolk (David Morrissey).
É do duque a idéia de atrair o fogoso rei, que andava insatisfeito com a mulher, à casa dos Bolena, pensando em interessá-lo na solteira, Anna. Mas o rei se encanta com Maria, que era casada. A partir daí, as lealdades oscilam o tempo todo, até o final trágico para todo o clã. Exceto Maria, que se afastou da corte, casou com outro homem, e criou seu próprio filho bastardo do rei, bem como a filha da falecida irmã, Elizabeth – que, ironicamente, herdou o trono do pai tornando-se uma das soberanas mais poderosas da história da Inglaterra que, sob seu comando, transformou-se num império por séculos.