17/04/2025
Histórico Drama

A Outra

Anna e Maria Bolena são duas irmãs que, por causa da ambição de sua família, se tornarão inimigas disputando o amor do rei Henrique VIII, na Inglaterra do século XVI.

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Quase quatrocentos e oitenta anos depois do reinado de Henrique VIII (Eric Bana) na Inglaterra, quase todo mundo só havia ouvido falar de uma Bolena, no caso, Anna (Natalie Portman). Uma moça nada comum. Afinal, com a tenra idade de 18 anos, foi capaz de causar no poderoso rei uma paixão tão avassaladora que o levou a introduzir o divórcio em seu país para dispensar sua rainha, a espanhola Catarina de Aragão, rompendo com a Igreja Católica e criando para a Inglaterra uma nova religião, o anglicanismo. Anna tornou-se rainha, mas apenas por mil dias e teve fim trágico – foi decapitada depois de um processo em que foi condenada por incesto (com o irmão, também executado), traição e supostos inúmeros adultérios.

Menos famosa até agora, sua irmã Maria (Scarlett Johansson) também foi amante do mesmo rei e antes de Anna. A diferença é que Maria, rejeitada pelo soberano depois que sua irmã o conquistou, acabou sobrevivendo não só a Anna como a toda a sua família, toda executada. Não era nada seguro esse período da dinastia Tudor.

Tudo isso é História, o que não é o foco preferencial do novelão que se desenrola em A Outra, filme que marca a estréia em direção de cinema do ex-ator e diretor de TV Justin Chadwick. Baseando-se no livro A Irmã de Anna Bolena, de Philippa Gregory, o roteiro de Peter Morgan coloca tintas mais fortes nas emoções em alta voltagem, centrando fogo na rivalidade entre estas irmãs. Fruto do casamento de uma mulher nobre (Kristin Scott-Thomas) com um homem nem tanto (Mark Rylance), as duas irmãs tornam-se verdadeiras mercadorias por influência do poderoso tio materno, o duque de Norfolk (David Morrissey).

É do duque a idéia de atrair o fogoso rei, que andava insatisfeito com a mulher, à casa dos Bolena, pensando em interessá-lo na solteira, Anna. Mas o rei se encanta com Maria, que era casada. A partir daí, as lealdades oscilam o tempo todo, até o final trágico para todo o clã. Exceto Maria, que se afastou da corte, casou com outro homem, e criou seu próprio filho bastardo do rei, bem como a filha da falecida irmã, Elizabeth – que, ironicamente, herdou o trono do pai tornando-se uma das soberanas mais poderosas da história da Inglaterra que, sob seu comando, transformou-se num império por séculos.

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