Dois em Um começa com um cantor brega dos anos de 1980, Gilles Gabriel (Alain Chabat, de Asterix e Obelix: Missão Cleópatra), em seu carro curtindo um revival de suas músicas, quando atropela o contador Jean-Christian Ranu (Daniel Auteuil, de Caché). O cantor bate a cabeça e morre, mas seu espírito vai parar dentro da mente de sua vítima. Ranu é um sujeito muito certinho, cheio de manias estranhas – como dormir com a roupa de trabalho às oito e meia da noite – e apaixonado por sua chefe, Muriel (Marina Foïs). Mas a empresa onde trabalham não anda muito bem das pernas. Assim, o emprego de Ranu está por um fio. No mínimo, ele será transferido para Bucareste. Enquanto habita o corpo de Ranu, Gilles tenta travar contato com sua viúva, descobrindo que ela o trai – ao menos é o que parece. Seguem uma série de confusões e mal-entendidos que resultarão numa transformação do protagonista, que deve se tornar uma pessoa mais interessante e descolada depois que aceita conviver com o espírito do cantor dentro de sua cabeça. Escrito e dirigido por Bruno Lavaine e Nicolas Charlet, Dois em Um não tem muito sentido ou mesmo charme. As situações são estapafúrdias – talvez sejam engraçadas para o público francês, mas, fora do contexto, não têm a menor graça. Auteuil é um grande ator em dramas, mas, nesta comédia, parece deslocado. A previsibilidade da história também não ajuda em nada. O fato de a direção ser burocrática só piora a uma hora e meia de filme – que parece bem mais longo.
Gilles Gabriel é um músico dos anos 80, tentando retomar o sucesso. Porém, quando atropela um contador tímido, acaba morrendo no acidente. Seu espírito vai parar dentro do corpo do sujeito, que era todo certinho.
- Por Alysson Oliveira
- 08/01/2009
- Tempo de leitura 1 minuto
A premissa desta comédia francesa faz lembrar o sucesso brasileiro Se Eu Fosse Você. A falta de criatividade e o humor rasteiro também podem remeter ao filme de Daniel Filho. Aliás, essa ‘piada’ de uma pessoa dentro da mente e/ou do corpo de outra é quase tão velha quanto o cinema, e já rendeu bons frutos como Um Espírito Baixou em Mim (84)– mas nos últimos tempos não tem dando bons resultados.