28/04/2025
Aventura

Sherlock Holmes

A boa e velha história do detetive, criado pelo escritor Arthur Conan Doyle, é repaginada em ritmo pop. Sherlock Holmes (Downey Jr.) e seu inseparável parceiro Watson (Jude Law) vão demonstrar não só agilidade de raciocínio mas força nos punhos para enfrentar um novo e temível inimigo (Mark Strong) – que põe em risco a Inglaterra inteira.

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Pegue um detetive inglês do século 19, conhecido por sua sagacidade e poder de dedução. Jogue fora a tradição (quase tudo), invista numa renovação de imagem, tornando o personagem atlético, quase um heroi de ação, só que sem superpoderes. Capriche na adrenalina, sem deixar de fora um certo charme de filme de época. Aí você terá uma ideia do que se trata o Sherlock Holmes dirigido por Guy Ritchie.

Contando com o lado marginal da personalidade do próprio ator que o interpreta, Robert Downey Jr., bem como de seu sucesso recente em aventuras como Homem de Ferro, Guy Ritchie injeta sangue novo no personagem criado por sir Arthur Conan Doyle  em 1887.
 
Nesta nova encarnação, Sherlock gosta de luta livre por esporte mesmo. Mesmo bem-humorado, ele tem um lado sombrio. Seu quarto parece o de um feiticeiro, numa confusão de poções – que ele usa impiedosamente para experiências no cão do próprio parceiro, dr. John Watson (Jude Law) -, bebidas, papeis e todo tipo de traquitanas, inclusive algumas armas. A fotografia de um antigo amor, Irene Adler (Rachel McAdams), está ali para lembrar que dentro desse peito bate um coração e também, por que não dizer, que ele não é gay, apesar de sua inabalável amizade e parceria profissional com Watson.
 
Os dois atores, aliás, alcançam uma química perfeita para retratar uma camaradagem masculina fundamental ao funcionamento da história. Diferentes em quase tudo, o organizado Watson e o desordeiro Holmes unem suas forças para enfrentar magia negra. No caso, uma sociedade do mal orquestrada pelo sinistro lorde Blackwood (Mark Strong), responsável por uma série de assassinatos rituais e capaz de fazer quase todos acreditarem que ele foi capaz de voltar do reino dos mortos após o próprio enforcamento.
 
Na prática, Blackwood é muito eficiente para dominar pessoas influentes, como políticos e juízes, e isso é tétrico para o funcionamento de qualquer sociedade. Sorte que a Inglaterra pode contar com dois guardiões da liberdade charmosos e eficientes como Holmes e Watson, além de uma ajudinha da malandra Irene – que prova porque é capaz de exercer tamanho poder de sedução junto a Sherlock. A noiva de Watson, Mary Morstan (Kelly Reilly), não tem tantas oportunidades de dizer a que veio, mas tudo bem.
 
No saldo geral, Guy Ritchie faz boa figura e mostra que está se reinventando também, depois da relativa decepção de seu último filme antes deste – Rocknrolla – A Grande Roubada (2008). Reinventando, mas nem tanto. Estão aqui sequências visuais de arrepiar – como a eletrizante perseguição numa ponte semidestruída, a centenas de metros de altura. E também suas habitais câmeras lentas para valorizar os detalhes das lutas e os flashbacks em fast forward, para recapitular passagens complicadas. Enfim, é um Ritchie no seu melhor, divertido e saboroso. E com final apontando certeiro para o início de mais uma franquia, para a qual Brad Pitt já teria sido sondado, para interpretar Moriarty, o mais persistente inimigo de Holmes, que faz uma rápida aparição neste filme.
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