21/03/2025
Musical Documentário

O poder do soul

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Em 1974, alguns dos melhores representantes da soul music e do blues mergulharam em suas raízes africanas para três dias de apresentações no Zaire. Foi a trilha musical que acompanhou outro grande evento mundial, a disputa do título dos pesos pesados de boxe entre o desafiante Muhammad Ali e George Foreman.

A luta, que deu o título a Ali, num dos combates mais celebrados pelos fãs do esporte (é chamada de "a luta do século"), foi registrada pelo diretor Leon Gast no documentário Quando éramos reis, de 1996, premiado com o Oscar. E os três dias de shows, que também foram filmados, chegam agora no documentário O poder do soul, dirigido por Jeffrey Levy-Hinte. Por trás dos dois grandes eventos, o faro marqueteiro do produtor Don King.

O documentário acompanha os preparativos dos shows e as dificuldades encontradas pelos organizadores que tiveram que se curvar às alterações de humor do ditador Mobutu Sese Seko, que ajudou financeiramente na realização dos dois eventos.

James Brown, BB King e Miriam Makeba eram alguns dos grandes nomes que concordaram em participar e suas participações estão entre as melhores realizadas. Mas, acima de todos, pairava a figura de James Brown, o rei do soul, que serve como fio condutor do filme.

Independentemente das apresentações musicais emocionantes, o espectador ganha um bônus com a participação de Muhhamad Ali, que desfilava pelos bastidores, opinando sobre tudo, principalmente sobre os problemas raciais enfrentados negros americanos. Em outro momento, alguns músicos visitam Ali durante seus treinamentos e até trocam alguns golpes para as câmeras. Felizmente poucos golpes porque Ali, mesmo debochado, dava mostras de que estava com muita fome de bola. Que o diga Foreman que perdeu seu cinturão de campeão no oitavo assalto, naqueles dias em que os artistas americanos foram os reis do Zaire.

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