25/04/2025
Drama Comédia

Confusões em família

Um carcereiro de penitenciária tenta ser ator. Antes de realizar seu sonho, precisa lidar com problemas domésticos: como um filho que abandonou no passado e agora está na prisão; sua mulher desmiolada e a filha que faz strip tease para ganhar a vida.

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A cada ano, o cinema - especialmente aquele feito nos Estados Unidos – produz uma dezena de filmes sobre famílias disfuncionais. Alguns deles conseguem sobressair, ganhar prêmios no Festival de Sundance – que adora esse tema. Muitos caem na vala comum, o que é mais ou menos o caso deste Confusões em Família, um subproduto do estilo de Todd Solondz, que parece beber na fonte de inspiração em filmes como Felicidade, sem um pingo do cinismo ou das qualidades do longa de 1998, que até hoje impressiona muita gente.
 
O patriarca é Vince (Andy Garcia, de 13 homens e um novo segredo), um carcereiro de prisão que sonha em ser ator, mas esconde esse desejo de sua família. Esse não é seu único segredo. Há alguns anos ele teve um filho, Tony (Steven Strait, de 10.000 a.C.) antes de casar. Hoje o rapaz está sob seus cuidados na penitenciária – de onde sairá em breve e não terá onde ficar.
 
Enquanto vai às suas aulas de interpretação, Vince diz para sua mulher Joyce (Julianna Marguiles, de Serpentes a Bordo) que joga pôquer com os amigos, mas ela desconfia que ele a esteja traindo. Durante as aulas, ele conhece a jovem Molly (Emily Mortimer, de Match Point – Ponto Final) de quem se torna amigo – nada além disso – e com quem divide os sonhos. Quando o filho cumpre a pena e é liberado, Vince o leva para sua casa – mas sem revelar sua verdadeira identidade.
 
Confusões em família é um filme em que as aparências encobrem as verdades e, quando essas emergem, as diferenças familiares se destacam. É assim quando se descobre que Tony é filho de Vince e que este sonha em ser ator. Ou quando ele descobre que sua filha, Vivian (Dominik Garcio-Lorido, filha de Garcia na vida real) é uma stripper.
 
Escrito e dirigido por Raymond de Felitta, Confusões em Família, em seus momentos de bizarrice e histeria – especialmente a coletiva, no clímax – parece um filme ruim de Solondz. No entanto, sem a sensibilidade do diretor para observar as pessoas que a sociedade joga à sua margem. Os problemas aqui, como os personagens, não são lá muito interessantes, resultando num filme que mais parece piloto para um seriado de televisão.
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